quinta-feira, 29 de maio de 2008

Prêmio Tim para gabrielenses

Os gabrielenses devem orgulhar-se com a conquista do Prêmio Tim de Música Brasileira, na categoria Música Regional - Melhor Dupla, pelos conterrâneos César Oliveira e Rogério Melo, com o cd "O campo" (pela gravadora Acit, de Porto Alegre). Merecido! Abraço especial ao Rogério, amigo de longa data, com quem falei hoje ao telefone - já deixando agendada entrevista para a semana que vem, quando ele estará na terrinha. No ano passado eles já haviam sido indicados, mas não levaram o prêmio. É a coroação de uma carreira que não pára de subir. São Gabriel tem dado bons frutos na música. O Tchê Garotos, que tem um gabrielense entre seus integrantes, faz um sucesso estrondoso. No Nenhum de Nós temos o Estevão, grande guitarrista, e o Vicente, acordeonista. Isso falando apenas nos mais famosos. Mas não é só na música que aparecemos no cenário cultural por aí a fora. O escritor Amilcar Bettega Barbosa, nascido aqui, já levou um dos mais importantes prêmios literários do país, o Brasil Telecom. É... a terra de Alcides Maya tem motivos de sobra pra levantar a auto-estima. Temos nossos problemas, mas há que se valorizar o que é bom.

domingo, 25 de maio de 2008

Marcianos e discos-voadores

Uma madrugada dessas assisti uma entrevista de um ufólogo, no programa do Jô. O homem prometia apresentar fotos incríveis que não deixariam dúvidas da veracidade dos relatos de visitas esporádicas de naves extraterrestres em nosso espaço aéreo. Não duvido de vida inteligente fora da Terra, até porque seria muita presunção achar que estamos sós neste universo imenso. Mas até hoje não tive acesso a qualquer informação verossímil sobre tais experiências. As fotos no programa do Gordo nada tinham de extraordinário. Ao contrário, eram iguaizinhas a tantas outras que circulam há décadas por aí. Sempre são imagens noturnas, com pouca nitidez, luzes de formas ovaladas sobre um fundo escuro que podem ser qualquer coisa além de um disco-voador. Desta vez o material seria do "arquivo secreto" da Nasa. Não sei porquê a gente sempre ouve essas histórias de que militares norte-americanos, e até mesmo brasileiros, guardam segredos mirabolantes sobre a presença de ufos que têm nos visitado. Já tive minha fase de apreço por estas teorias conspiratórias. Não que hoje eu esteja totalmente cética. Continuo achando que tudo é possível neste mundo. Mas me recuso a me contentar com retratos-falados de etezinhos verdes cabeçudos de olhos esbugalhados e imagens de óvnis piscantes que cortam o céu nos espiando. Acho mesmo que o problema é querermos dar respostas simplórias para questões complexas. As teorias religiosas e essas outras de ordem mística são sempre limitadas para dar conta de perguntas tão amplas. De onde viemos? Para onde vamos? Existe vida inteligente fora da Terra? Acho mesmo que talvez as respostas estejam bem na nossa cara, poucos palmos a frente de nosso nariz, mas não conseguimos ver, simplesmente porque não temos instrumental para isto. Não dizem que os cães vêem o mundo em preto e branco? A realidade é sempre acessível através de nossos sentidos. Nossos equipamentos de percepção têm seus limites, e nossa cognição condiciona o mundo que construímos a partir do que nos chega a partir dos sentidos. Ou seja, o nosso mundo é o que imaginamos que ele seja. Complicado? Talvez, mas creio mesmo que nossa mente nos limita muito e nos impõe um campo de visão restrito demais para dar conta da complexidade do universo. Quem disse que os ets são todos verdes e com aquelas formas de hominídeo? E que os discos-voadores são todos ovalados e com luzes multicoloridas? Pode ser que sim, mas também pode ser que sejam muito diferentes do que nossa imaginação é capaz de elaborar. Prefiro continuar com o mistério do que me satisfazer com respostas toscas.

quinta-feira, 15 de maio de 2008

Filhos: nosso espelho?

Já é lugar-comum a afirmação de que os pais mais aprendem com seus filhos do que realmente ensinam. Pra quem não tem filhos este parece até mesmo um clichê muito sem graça. Mas, depois que tive minha filha, passei a ver o tal dito de outra forma. Primeiro, porque ter um bebê em casa nos faz enxergar o tempo todo o quanto as coisas poderiam ser encantadoras e misteriosas se víssemos a vida com a mesma curiosidade e desprendimento de uma criança. Hoje, com uma menina de cinco anos cheia de personalidade me chamando de mamãe, encontro mais um motivo para levar a sério a premissa de que temos muito a aprender com nossos filhos.
As crianças, depois de uma certa idade, passam a mostrar traços da personalidade da família. Principalmente, claro, dos pais. Claro que depende de muitos fatores, mas em geral nossos filhos apresentam toda hora algum comportamento, atitude, cacoete que herdaram - ou aprenderam a fazer olhando - de nós. Ver minha filha reproduzinho um traço de minha personalidade pode ser muito gratificante, agradável... quando se trata de algo de que me orgulho. Mas e quando ela sai com alguma atitude que se parece muito com algum de meus piores defeitos? É como ver minha própria imagem em um espelho daqueles deformadores, com lente de aumento, o desenho de minha caricatura mostrando meus piores traços.
Embora seja como um tapa na cara, é nessas horas que aparecem as melhores oportunidades de crescimento pessoal. Como não queremos que nossos filhos vivam reproduzindo os erros que nós cometemos (assim como passamos a vida tentando fugir dos erros de nossos pais), ao nos vermos nas atitudes deles temos a grande chance de mudar, mesmo que seja só para dar um outro "exemplo". Nossos pais são um referencial, o ponto do qual vivemos tentando nos distanciar, para sermos melhores. Já nossos filhos são nossa projeção, a semente que vai ficar em nosso lugar depois que morrermos. Não é fácil mudar certos vícios de comportamento, porque implica em mudar hábitos de pensamento , lógicas arraigadas. Mas, olhar nossos filhos como uma nova oportunidade pode ser muito estimulante. Afinal, queremos sempre evoluir, crescer, melhorar. Um filho pode ser um bom recomeço., um renascimento.

sexta-feira, 9 de maio de 2008

Humanos e condores

Em tempos de tanta violência, um texto para refletir... A autora, Ana Elizabeth Alves Bina, nos autoriza a publicação a seguir:
"Lição
Em Bruxelas, na Bélgica, um casal-condor fez seu ninho na torre de uma igreja. Inúmeras pessoas se encantam. Cena ímpar. Não lembro em qual canal de TV assisti ao encerramento do jornal da noite, que apresentava a cena do filhote, de bico aberto, recebendo o alimento. Do papai condor. E da mamãe condor.
Numa época em que notícias sobre violência avultam, em que lixo serve de berço, em que a fome dizima crianças, o casal-condor oferece, gratuitamente, um exemplo de carinho.
De afeto.
Vi ali um ninho de amor. Vi o feio ceder lugar ao belo, ao doce. Uma bênção. E o bicho-homem se torna pequeno diante deste cenário. Nesta passagem pela terra, nosso aprendizado é constante. E constato que temos muito a aprender com a natureza. Quantas cenas ela nos apresenta no dia-a-dia e às quais sequer prestamos atenção. Nossa pressa em ficar atentos aos últimos e trágicos acontecimentos não nos dá um intervalo para alguma colheita, no mínimo, poética. Algozes de nós mesmos, acabamos decretando a agonia da ternura. Precisamos, rapidamente, estar certos de tudo. Cientes de tudo. O relógio do tempo é célere. Mas inconscientes daquilo que alimenta a alma. Vagões fora dos trilhos, seguimos nossa rota.
Recentemente, a globalização trouxe até nós a Áustria. Não uma Áustria plena de lindos castelos. Mas uma Áustria encarcerada por uma brutalidade dantesca. Por criaturas que não viveram, mas que sobreviveram um dia após o outro. Pelo instinto animalesco, encarcerado no coração de um pai. Pai? É possível ser assim chamado? Não conheci meu pai. Não chegou a ser aquele condor. Mas, hoje, ele me chega através de seus netos, meus sobrinhos. Criaturas encantadoras. E, com eles, sua foto. Sempre cultivei o sentimento de que o amor nasce com a convivência. Mas, quando me deparo com aquele pai austríaco, coloco em xeque minha convicção. Amor? Convivência? Acho que é horror-convivência. Instintivamente, sou levada a comparar. No aprendizado da vida, estou buscando conviver com a foto de meu pai, tentando retirá-lo da moldura e criar laços. Não sei se levará alguns dias, meses... Só sei que preciso alimentar a ternura que existe em mim e continuar a dividi-la. O mundo precisa urgentemente disso. Encontrar e dividir ternura. Aquele pai austríaco certamente não viu a imagem do condor. Uma pena. Também não sabe o que é a dor. Nem lhe apresentaram Deus. O mundo precisa, urgentemente, de explosões de alegria, de sonhos sem fantasmas nem bruxas. De gestos amáveis. De úteros-berços. De beijos que deixem rastros por toda vida. De rostos roçados por mãozinhas cheias de amanhecer. De muitas e muitas catedrais de Bruxelas. De lares-ninhos. De alimento na boca e na alma. E de uma apoteose de meigas imagens, como a daquela pequena família no alto da torre, derramando uma lição de amor."


Ana Elizabeth Alves Bina
05/maio/2008

sexta-feira, 2 de maio de 2008

Enquete

Como fiquei sabendo de muitos leitores homens que se ofenderam com o post da mulher melancia, aí está a enquete como mais uma possibilidade de manifestação anônima... Eu preferiria um coment, mas tudo bem... me contento com a votação!
Ah, e não se constranjam, os comentários não precisam e não devem ser apenas de endosso ao que escrevo. Sou fã da diversidade de pensamento, acreditem... Viva o debate!

Coments, pleaseeeeeeeeeeeeeee!!!!

Queridos leitores, visitantes e afins... Visitar não basta, há que comentar também!!! Please! O contador marca vossas visitas, mas sem coments não dá, né? Por favor, atendam ao pedido desta pobre blogueira carente por interatividade com seus leitores. Valeu!!