terça-feira, 5 de agosto de 2008

O admirável mundo novo da internet

A geração 2.0 da web, esta que vivenciamos hoje - com a interatividade e a possibilidade de participação ativa do usuário falando mais alto, trouxe consigo um fenômeno inédito em termos de comunicação. Além de tudo que temos comentado neste espaço, sobre a “cauda longa” atingindo todos os campos presentes no ciberespaço (política, economia, mercado, jornalismo), há algo muito maior do que uma mudança de mercado. Como disse a professora Raquel Recuero, da UCPEL e UNISINOS, em seu blog sobre redes sociais, estamos presenciando a formação do verdadeiro espaço público da contemporaneidade.
Sem qualquer exagero - levando também em conta que problemas existem e não são poucos – a web está virando um jogo em que as massas vinham perdendo. Até então o que tínhamos era um mundo mediado, de opiniões mediadas, versões mediadas pela perspectiva das grandes empresas de comunicação. A verdade que nos chegava (e ainda nos chega) era sempre a oficial. Quem acha que tem aqui uma avaliação otimista e fora da realidade, ainda não conhece o tamanho deste novo mundo.
O número de blogs (páginas pessoais na internet) cada vez mais sofisticados e com interação cada vez maior de internautas, a influência que estes espaços exercem e a importância que adquirem na vida das pessoas que já descobriram este universo são sinais mais do que evidentes de que uma multidão está aí pensando, opinando e ajudando a formar opinião, trocando informações em zigue-zague (a mão não é dupla, mas em rede), enfim, fugindo da lógica do oficialismo (o “maismtream” ou pensamento hegemônico da sociedade). Todo este capital intelectual, social, pra usar termos de pesquisadores da área, não fica em um submundo, como um espaço alternativo ao mundo “real”. A força dos blogueiros e outros internautas participativos faz fumaça e chama atenção do mundo aí fora. Tem gente ganhando dinheiro, e muito, com idéias inovadoras e sem qualquer capital financeiro pra começar, apostando apenas na criatividade e na competência. Ou como você acha que a galera do youtube ficou milionária? A internet é território sem lei, afirmam os mais pessimistas, atônitos por uma regulamentação. Têm razão quem quer acabar com a pedofilia, os spams (lixo eletrônico indesejado) e outras aberrações. Agora, instaurar a censura em um dos poucos espaços em que ainda temos liberdade de expressão de verdade é, no mínimo, ausência de bom senso. Em um país em que o povo tem a pecha de alienado, semi-alfabetizado, e pouco afeito à leitura como o Brasil, ver tantos jovens marcando presença com seus textos (mesmo que usando a língua do internetês), é alentador.