sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Blogosfera, redes sociais e esfera pública

Na próxima terça, dia 31/08, irei participar, como convidada, do encontro do PET (Programa de Educação Tutorial) da Comunicação, para debater o assunto Eleições 2010 no contexto da esfera pública conectada - das redes sociais da internet e dos blogs. O evento começa às 13h, na sala 5005 do prédio 21. A quem interessar, o texto que selecionei para a discussão é "Esfera pública interconectada, blogosfera e redes sociais", do Sérgio Amadeu (professor da Universidade do ABC, em São Paulo). O artigo faz parte do livro Esfera Pública, redes e jornalismo, da Facasper. Aí está o cartaz do evento.

sábado, 21 de agosto de 2010

O poder dos blogueiros

Há poucos dias descobri um blog muito bacana, chamado De Chanel na Laje. Um dos posts traz um desabafo de uma leitora que me sensibilizou muito. Ela fala de sua compulsão por comprar, que a deixou super endividada, atribuindo parte da culpa aos blogs de moda. Taí algo interessante - um blog pode ser tão ou mais influente que uma telenovela na vida de alguém, e o mercado está atento a isso. Creio que isso é uma questão e tanto para se pensar. O problema é que tem muita gente ingênua que esquece que, mesmo em um espaço aparentemente tão inocente quanto um blog, existem por trás pessoas em busca de vários valores, como reputação, prestígio, status ou simplesmente lucro. Em muitos casos, há organizações com grandes interesses comerciais por trás de um post.
Tendemos a ver na internet - na blogosfera e redes sociais, principalmente, o supra-sumo da diversidade de opinião, com a possibilidade de as pessoas se tornarem mais críticas com acesso a tantas informações. Tudo parece tão diferente do que era quando tínhamos apenas as mensagens da mídia de massa. Durante anos se criticou a tv por ditar aquilo que as pessoas devem fazer, comprar e pensar. Achamos que na internet não seria assim. No entanto, o mundo não mudou tanto assim. Ele se sofisticou. Na verdade, o capitalismo que movimenta nossa sociedade está cada vez mais complexo, e sem perceber estamos todos, mesmo quando nos colocamos contra esse poderoso sistema, mergulhados em suas entranhas. Temos liberdade de nos expressar, mas pagamos um preço. Em alguns casos, damos em troca nosso estilo de vida. 
Sei que ninguém é um tabula rasa sujeita a influência implacável dos poderosos meios de comunicação. Fosse assim, e ainda estaríamos estudando a Comunicação do  ponto de vista da teoria da Agulha Hipodérmica. No entanto, não dá para ignorar o poder que palavras e imagens bem colocadas exercem sobre nós. A comunicação mais dialógica das novas mídias, podemos ver aos poucos, pode ser muito mais poderosa que a tradicional emissão de mão única da mídia massiva. Confesso que alguns blogs de moda, que conheci há pouco, são muito sedutores. Dá vontade de se vestir como as blogueiras, comprar aqueles produtos "bafo" com preços "honestos" que elas despretensiosamente indicam... Parece que aquele é o lifestyle ideal e o único possível. É justamente aí que reside o poder dos blogs, que as marcas estão percebendo e sabendo utilizar tão bem. Blogueiro agora é tratado como celebridade, e isso não só no mundo da moda, mas do jornalismo, da política etc. Não é à toa. Esses novos "formadores de opinião" da era digital estão em alta. São gente como a gente, falam nossa língua, diferente do discurso publicitário tradicional, descaradamente persuasivo. A onda agora é ser levado a consumir sem que percebamos que estamos sendo convencidos a isso. É como se um amigo estivesse nos influenciando. Dá menos culpa. É mais cool
Não estou querendo desmerecer o uso comercial dos blogs, o que pode ser muito legítimo. Mas chamar atenção de quem ignora a intenção por trás de alguns posts. Nem sempre o blogueiro é sincero ou independente. Às vezes, é apenas o ventríloquo de seu patrocinador. Se você for se endividar porque não resiste à recomendação da sua blogueira favorita, ao menos pense um pouco antes de seguir suas dicas de compra. E tenha consciência do objetivo do blog. Um dos textos do De Chanel na Laje aborda justamente essa questão. Vale a pena refletir.

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Mais uma vez, Santa Maria cantou Elis

Foto: Juliano Mendes / OPSs! Comunicação e Eventos 
Valeu muito a pena ter ido à segunda edição do Santa Maria Canta Elis, ontem, no Theatro Treze de Maio. A primeira edição, em junho, foi tão legal, que eu e o Jonas resolvemos repetir. Obviamente, foi outro espetáculo, com mudanças no cenário e no repertório, no figurino das cantoras e, claro, o público também não era o mesmo. Gisele, Tiane e Deborah mais uma vez arrasaram, cada uma a seu estilo, e novamente conseguiram emocionar em alguns momentos e animar em outros. Vi críticas ao tom informal da apresentação, da condução do espetáculo. Concordo, em parte, que talvez a produção pudesse ser mais caprichada em pequenos detalhes, mas vejo o tom informal como um ponto positivo. Melhor a informalidade do que uma atitude muito montada que poderia não dar certo. A iniciativa lotou o teatro por duas vezes e tenho certeza que teve gente que ainda ficou de fora porque não havia mais ingresso. O modelo tributo com a valorização de talentos locais mostrou que agrada. Como disse o diretor Janu Uberti, ao final da apresentação de ontem, quem sabe outras homenagens à música popular brasileira não estejam por vir em Santa Maria... Aqui, o trio canta "Como Nossos Pais", no show de junho.
Mais informações sobre o evento, aqui.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

O pequeno príncipe

Imagem: http://migre.me/13ssd
Depois de ter passado o final de semana em São Gabriel, assisti na noite de domingo, com minha filha e meu namorado, já em Santa Maria, o filme O Pequeno Príncipe, baseado no livro de mesmo nome de Exupéry. Gabriela queria assistir um filme e, já na locadora, sugeri esse. Ela ainda não leu o livro, que também nunca li. Talvez porque virou clichê achá-lo bobinho depois da popularidade que as candidatas a miss lhe conferiram. No entanto, continua sendo uma bela história, com frases hoje batidas, mas de incontestável verdade, como a “és eternamente responsável por aquilo que cativas”, dita pelo personagem da Raposa (vale a pena rever o trecho).
O menino que queria ser desenhista, e que se torna um adulto aparentemente sem criatividade, volta em forma de um pequeno príncipe que o atormenta com pedidos esdrúxulos de desenhos e o cativa pouco a pouco contando suas aventuras em busca da sabedoria. O filme é lindo plasticamente, apesar de eu não gostar da parte musical. Em um final de domingo de dia dos pais, me fez lembrar que talvez fôssemos muito mais espertos se deixássemos mais livres dentro de nós a criança que um dia já fomos. Era tão bom sonhar sem limites, sem autocensura. Me fez lembrar da linda “Bola de meia, bola de gude”, do Milton Nascimento. "Há um menino, há um moleque, morando sempre no meu coração. Toda vez que o adulto balança ele vem pra me dar a mão..." (belo vídeo aqui).

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Feliz dia de todos os pais

Foto: http://migre.me/12QMU

Domingo é dia dos pais... A data me deixa feliz e melancólica. Feliz porque tive a graça de ter tido um pai maravilhoso, que infelizmente se foi há quase 10 anos. Feliz porque minha filha tem um pai presente, que ela ama e que sei que a ama muito. Mas também fico melancólica porque não terei o meu pai por perto para lhe dar um abraço, dizer o quanto o amo e ver seus olhos azuis marejados de emoção. Sei que é mais uma data comercial voltada para a aquecer o comércio e tudo  o mais. Mas, de qualquer modo, essas datas têm um simbolismo forte que nos comove, e são importantes por reforçar a importância dessas figuras em nossas vidas. Apesar das metamorfoses pelas quais passam as relações humanas, com as famílias sendo reconfiguradas e os papéis tradicionais sendo revistos, os laços familiares (sejam eles de sangue ou não) são cada vez mais importantes. Os casais se separam, ingressam em novos relacionamentos, e a vida continua, com "tudo novo de novo", como diz a música de Paulinho Moska que deu nome a uma minissérie recentemente exibida na tv aberta. O grande desafio hoje é manter a harmonia, superar orgulhos, mágoas e preconceitos para que os filhos possam conviver em paz com pai, mãe, avós, padrastos e madrastas, tios, amigos, enfim, todas aquelas pessoas que são importantes em suas vidas, cada uma ao seu modo. Sejam os pais hetero ou homossexuais, biológicos ou afetivos, casados ou separados, que morem junto ou não de seus filhos... O que vale de verdade é o amor que são capazes de dar, a presença, o apoio, os limites que toda educação exige e que o papel de pai requer. A quem é pai de qualquer cor, gênero ou padrão econômico, pãe, padrasto, pai-avô, um feliz dia dos pais!