domingo, 30 de novembro de 2008

Viajar é preciso

Viajar, nada melhor. Se ganhasse na mega-sena ou qualquer outro prêmio desses (não existe a possibilidade, pois não jogo), a primeira coisa que faria seria dar a volta ao mundo. Não que seja a típica aventureira, mas vive em mim um espírito que aprecia por demais o surpreendente. Nada de excursões com típicos turistas por todo o lado, guias chatos e roteiros manjados. O barato da viagem é o desconhecido, ou ao menos uma leitura nova, particular, de um lugar do qual já ouvimos falar. Como meus parcos recursos não permitem, não tenho viajado. Mas, há alguns dias, viajei para São Paulo. Meu destino era São Bernardo do Campo, o B do ABC paulista, lá onde o presidente Lula começou sua vida sindical. Meu roteiro nada tinha de aventureiro: iria para o VI Seminário Nacional de Pesquisadores em Jornalismo apresentar um trabalho acadêmico, aproveitando para assistir as palestras e conhecer a produção dos professores e alunos dos programas de pós-graduação em Comunicação do país. Lá encontraria ao menos cinco colegas de Santa Maria, então estaria em casa. Mas, como parti de São Gabriel e meus horários não coincidiriam com os da turma, resolvi tudo sozinha, pela internet - passagens aéreas, hotel. Já comecei errando o aeroporto - desceria em Guarulhos, bem mais distante de SB do que o de Congonhas. Não consegui informações precisas na internet sobre como chegar ao meu hotel, tampouco os conhecidos que moram em SP souberam me dar informações específicas. Assim, depois de pouco mais de hora de vôo desde Porto Alegre, estava eu no famoso Cumbica, sem saber bem como fazer para chegar ao hotel, de modo que não gastasse tanto dinheiro e nem tanto tempo. Depois de algumas informações, arrisquei o caminho mais fácil: do aeroporto tomei um ônibus até a Estação Tatuapé do metrô, onde peguei a linha em direção a Estação da Sé, que oferecia outra linha até o Terminal Tietê. Assim o fiz, tomando desta última um ônibus para São Bernardo do Campo. Da rodoviária, um táxi e estava no hotel, quatro horas depois da chegada em Guarulhos. Tudo isso carregando uma mala de rodinhas pesando uns 14 kg. Parece uma via crucis? Que nada! Adorei... Conheci um pouco da capital paulista, seus cheiros, sua gente. Foi a melhor parte da viagem! Voltei com mais esperança na humanidade. Em plena maior cidade da América Latina, tive a sensação de que a raça humana tem salvação. Ao ver tantos rostos, ouvir tantos sotaques e trocar algumas palavras pedindo informação para taxistas, guardas, atendentes, não senti hostilidade, ou medo, ou qualquer sentimento negativo. Ouvi palavras cordiais, vi sorrisos... Assim é a maioria, caso contrário o mundo já teria acabado faz tempo. Minha viagem teve ainda convívio com amigos, troca de idéias, conhecimento, horas de lazer. Mas, de tudo, ficou esta impressão otimista com relação ao povo brasileiro. Não sou ingênua, sei de todas as mazelas. Mas, por isto mesmo, me enchi de esperanças. Talvez meu espírito aberto tenha ajudado naquele momento. E creio que aí esteja a essência do verbo viajar - abrir-se ao novo, descartar os preconceitos, os estereótipos, e deixar-se impregnar pelo melhor que o mundo tem a nos oferecer. Esta troca é sempre enriquecedora.

4 comentários:

Daniela Figueiredo disse...

Viajar renova! E a viagem que fizeste, para outro Estado, deu a oportunidade de conviver - embora por pouquíssimo tempo - com outra cultura e outro sotaque. Sair do nosso mundinho, do cotidiano, energiza. Respirar novos ares é tudo de bom! Há quem não goste da correria, mas uma viagem compensa qualquer cansaço. Adorei teu comentário lá no blog!
Beijos.

Anônimo disse...

no próximo post conta tuas aventuras de turismo ecológico pelas delícias naturais do pau fincado.

Dani disse...

a delícia [des]pretensiosa de dar novo rumo às coisas :)

adorei teu blog.

e agradeço ao nosso amigo em comum por ter, "virtualmente", proporcionado nosso encontro.

um beijo.

Daniela Figueiredo disse...

Lu, eu de novo. Tem selos pra ti lá no Mundo Insano... Beijos.

PS: Arranjou um admirador anônimo, bom conhecedor do pau fincado? hahaha.