segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Mãe e filha em férias


Bom, depois de um recesso de férias, cá estou para retomar esta atividade descomprometida que tanto me apraz. Meus quinze dias de descanso estão chegando ao fim, o trabalho logo me chama, e o ano, finalmente, depois do carnaval, estará começando de fato neste país. Baterias recarregadas por conta do tempo livre que aproveitei fazendo quase todo o planejado – fulltime com minha filha, saidinha para o litoral, festinhas com amigos, mais tempo para a casa, e para a reflexão.
Destaque para a programação maternal que me aproximou ainda mais de minha rebenta... Perceber que aos quatro anos ela já é uma grande companhia para viagem: não tem preço! Também não tem preço vê-la apreciar programas simples e tão importantes para seu desenvolvimento como aprender que a vida em uma capital é diferente de sua rotina interiorana. Levá-la para andar de metrô, ir ao cinema, a um grande parque com suas praças e mini-zoo, chegar na hora do conto em uma grande livraria e ver sua carinha de satisfação querendo comprar livros... Simples, e tão fundamental! Lições que passo nas horas de convívio das quais não abro mão e dão retorno a cada dia, quando ela faz comentários sobre economia (se comprar isto não terá dinheiro para aquilo), trabalho (as horas de lazer são resultado do período de trabalho), carreira (suas primeiras tentativas de descoberta de uma vocação – ela disse que quer ser veterinária), enfim, a gratificação de ser mãe e ter comprometimento com esta função vitalícia. Me sinto guiando a pessoa mais importante de minha vida, ajudando a forjar sua personalidade, seus princípios, seus valores, em atividades prazerosas, lúdicas, e com uma carga enorme de afeto e de aprendizado mútuo. Isto o que quero pra ela: que seja uma mulher íntegra e inteira como tento ser, uma cidadã com valores humanistas, preocupada com sua felicidade e com o bem-estar do meio em que vive, que ultrapasse a busca pelo sucesso pessoal em suas escolhas, e que contribua para tornar este mundo menos injusto. Sentir os pontos positivos que ela apresenta em sua evolução diária como ser em formação diminui a culpa que toda a mãe carrega em si, pelas falhas que comete ou simplesmente porque este é um sentimento que constitui a essência feminina - ao menos em nossa sociedade machista. Este convívio sem horário para nos limitar fortaleceu nosso vínculo e trouxe, individualmente, para cada uma de nós, crescimento afetivo e intelectual. Férias podem ser muito mais do que um tempo em que nada se faz! Tudo depende de como aproveitamos. Que bom que pra mim, e penso que pra ela também, foi tão rico este período!

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