domingo, 25 de maio de 2008

Marcianos e discos-voadores

Uma madrugada dessas assisti uma entrevista de um ufólogo, no programa do Jô. O homem prometia apresentar fotos incríveis que não deixariam dúvidas da veracidade dos relatos de visitas esporádicas de naves extraterrestres em nosso espaço aéreo. Não duvido de vida inteligente fora da Terra, até porque seria muita presunção achar que estamos sós neste universo imenso. Mas até hoje não tive acesso a qualquer informação verossímil sobre tais experiências. As fotos no programa do Gordo nada tinham de extraordinário. Ao contrário, eram iguaizinhas a tantas outras que circulam há décadas por aí. Sempre são imagens noturnas, com pouca nitidez, luzes de formas ovaladas sobre um fundo escuro que podem ser qualquer coisa além de um disco-voador. Desta vez o material seria do "arquivo secreto" da Nasa. Não sei porquê a gente sempre ouve essas histórias de que militares norte-americanos, e até mesmo brasileiros, guardam segredos mirabolantes sobre a presença de ufos que têm nos visitado. Já tive minha fase de apreço por estas teorias conspiratórias. Não que hoje eu esteja totalmente cética. Continuo achando que tudo é possível neste mundo. Mas me recuso a me contentar com retratos-falados de etezinhos verdes cabeçudos de olhos esbugalhados e imagens de óvnis piscantes que cortam o céu nos espiando. Acho mesmo que o problema é querermos dar respostas simplórias para questões complexas. As teorias religiosas e essas outras de ordem mística são sempre limitadas para dar conta de perguntas tão amplas. De onde viemos? Para onde vamos? Existe vida inteligente fora da Terra? Acho mesmo que talvez as respostas estejam bem na nossa cara, poucos palmos a frente de nosso nariz, mas não conseguimos ver, simplesmente porque não temos instrumental para isto. Não dizem que os cães vêem o mundo em preto e branco? A realidade é sempre acessível através de nossos sentidos. Nossos equipamentos de percepção têm seus limites, e nossa cognição condiciona o mundo que construímos a partir do que nos chega a partir dos sentidos. Ou seja, o nosso mundo é o que imaginamos que ele seja. Complicado? Talvez, mas creio mesmo que nossa mente nos limita muito e nos impõe um campo de visão restrito demais para dar conta da complexidade do universo. Quem disse que os ets são todos verdes e com aquelas formas de hominídeo? E que os discos-voadores são todos ovalados e com luzes multicoloridas? Pode ser que sim, mas também pode ser que sejam muito diferentes do que nossa imaginação é capaz de elaborar. Prefiro continuar com o mistério do que me satisfazer com respostas toscas.

2 comentários:

Unknown disse...

Luciana, querida colega:

Coisa difícil falar sobre um tema como a verdade, né? Especialmente neste mundo moderno onde as "verdades" são tão fugazes como a fumaça.
Você me conhece, sabe que creio em verdades absolutas. No entanto, concordo inteiramente com sua afirmação de que nossa capacidade de apreensão da verdade é limitada. A própria Bíblia assim se expressa: "E conhecer o amor de Cristo, que excede todo o entendimento, para que sejais cheios de toda a plenitude de Deus (Efésios 3:19).
A meu modesto juízo, a verdade é imutável. O que muda, é a nossa capacidade de percepção da verdade. E por isso tantas filosofias, igrejas, partidos, religiões, clubes... É como aquela história que você certamente conhece, dos quatro cegos que foram convidados a apalpar um grande obstáculo e tentar descrevê-lo. Um disse: "É uma grande muralha". Outro disse: "É um cipó de bom tamanho". Outro ainda sentenciava: "Estou tocando em uma asa gigante". Outro ainda: "parece apenas um cipó pequeno".
Os quatro estavam apalpando um elefante.

Unknown disse...

até parece. sabes bem q temos amigos q são a prova q os ETs existem, e q estão entre nós.