domingo, 17 de maio de 2009

Um mundo mais democrático

As leituras que tenho feito ultimamente para o Mestrado me levam a acreditar que realmente estamos vivendo uma daquelas fases de transição de paradigma que mudam o curso da história. A internet revolucionou a comunicação, o que é um tanto óbvio, mas a constatação vai além de aspectos evolutivos da tecnologia. A sociedade, que é uma categoria dinâmica, está em fase de aceleração de transformações como talvez nunca antes. Estamos distantes ainda da "massificação" das novas tecnologias em termos de acesso, mas a atual abrangência que se verifica já permite que vejamos um quadro totalmente novo em relação ao do tempo do domínio exclusivo da comunicação de massa dos meios tradicionais. Não consigo me afiliar ao pensamento dos autores apocalípticos, embora reconheça que nem tudo são rosas nesse cenário cibercultural. Prefiro ver o mundo com a lente de gente como Pierre Levy, quando fala na inteligência coletiva, e os atualíssimos Henry Jenkins (com a cultura da convergência), e Chris Anderson (com a teoria da cauda longa). É a era da descentralização, da cultura colaborativa, do trabalho pro-am, da democracia na produção e no consumo, enfim, de um subversão nos papéis e funções cristalizados ao longo de décadas ou séculos de predomínio de um modelo agora em crise. É a era do twitter e da mobilidade tecnológica, das micromídias, da comunicação em rede. Para os que vêem nisso tudo apenas as mãos do mercado controlando até nossa pretensa liberdade, podemos dizer que melhor que tenhamos as ferramentas (mesmo que elas nos sejam dadas pelos "senhores do ar', como diria Echeverría) do que continuarmos apenas a fruir o que nos é empurrado goela abaixo pela grande mídia. Temos pontos de fuga por todos os lados nos direcionando rumo a um mundo mais democrático, basta sabermos usar as ferramentas a nosso favor.

2 comentários:

Cristian Ribas disse...

As ferramentas, muitos temos. E elas tão somente refletem nossa personalidade, pensamentos e idéias. E, com certeza, os caminhos se abriram e indicam uma direção, tanto pra uma rede de solidariedade ou para pedofilia. Seguí-los? Depende do desejo e coração de cada um. Belo exto, linda, apesar de eu não achar graça no twitter... rsrsrs

de mau humor disse...

Boa análise, Luciana!!!
Isso aí!!! Pontos de fuga, mesmo. Pessoas produzindo jornalismo, divulgando suas idéias, tendo acesso a um mundo de informações. Pedofilia, violência e baixaria estão espalhadas pelas mídias tradicionais também.