segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Você gosta de carinho ou baratinho?

Andei postando no twitter e no facebook minha opinião sobre um textinho que andou rolando nas redes sociais em que se faz uma brincadeira (ao meu ver de mau gosto) sobre a preferência de certas mulheres a coisas caras e sua correspondente aversão às baratas (bichos e coisas). Critico essa bobagem porque não a considero assim tão inofensiva. Ela reproduz uma visão machista das mulheres, com aval de muitas de nós, dando a entender que, acima do "carinho" (afeto) estamos interessadas em presentes e objetos caros. Não sou hipócrita e admito que adoro comprar e gosto de ganhar presentes, mas não me importa o preço desses objetos, e sim o que eles podem trazer de bom pra mim, a intenção por trás de um presente, o gosto de comprar uma coisinha nova etc. Mas essas coisas não são prioridade! O carinho que importa é outro e não tem preço!
Vi uma afirmação do escritor da próxima novela das 21h da Globo criticando a futilidade feminina, dizendo que estamos muito preocupadas com a aparência e pouco ou nada com o caráter e outros valores morais. Acredito que isso valha para os homens também, para a sociedade, mas não podemos generalizar. Futilidades sempre estiveram em pauta e talvez hoje existam mais recursos que acabam por exacerbá-la. O fato é que precisamos de um pouco de alegria, graça e beleza para que a vida, tão cheia de mazelas, torne-se mais leve.
Minha relação com a moda e o consumo sempre foi muito ambígua. Ora tenho ímpetos consumistas e vontade de me largar nas tendências, ora sinto vontade de me rebelar contra o sistema e virar hippie. Como não tenho dinheiro para sair por aí comprando tudo que enxergo e nem uma alma riponga que me faça feliz sem vaidade, acabo ficando no meio termo. Quando eu era adolescente, época em que despertamos com mais afinco para os cuidados com a aparência, minhas referências em moda eram minhas amigas, as meninas do colégio (opções um tanto fracas, levando em conta que na minha cidade era todo mundo meio igual) e a Capricho - a revistinha aquela mesmo!
Hoje, a variedade de fontes de informação é incrível! Tem blog para dar e vender. Eu sigo alguns, acompanho, e fico com aquela diabinha consumista me incitando a gastar. Mas, meu lado crítico ao sistema (e meu bolso pobre) me faz cair na real, e acabo me indignando com o quanto essas blogueiras são instrumentos a serviço do mercado, nos deixando loucas para comprar com aquelas dicas incríveis de produtos e mais produtos que amamos! Óbvio que elas apenas refletem o momento cultural que vivemos e o sucesso que fazem comprova isso. O problema é que tem gente que nunca vai sair da casa dos pais do jeito que compra! Trabalha apenas para sustentar seus pequenos luxos, e nada de pensar no futuro. Mas aí, é problema de cada um...
Confesso que também fiquei mais consumista depois que comecei a ler esses blogs, por outro lado aprendi a procurar similares aos produtos maravilhosos desses sites com preços adequados ao meu orçamento e a tentar ser mais criativa na hora de me vestir. Até brinquei no twitter e com umas amigas que estou pensando em fazer um blog de moda para quem ganha pouco. Se a ideia "sair do papel", meus primeiros posts serão compartilhando algumas pecinhas que adquiri nos últimos anos por precinhos bem pequenos. Tenho uma bermuda preta curtinha, evasê, que comprei a meros 19 reais em maio deste ano. Não tem qualquer diferença de qualidade em relação as que vi nas lojas com valores acima de 100. Aliás, comprei uma em 2008 que nem era tão bonita e que custou uns 80 e poucos. Também estou adorando comprar anel baratinho. Com 6 pilas a gente encontra maravilhas aqui em Santa Maria. E olha que detesto coisa brega! Acho que vou me inspirar e brincar de blogueira de moda,  postando aqui as imagens dos meus baratinhos! Vamos ver...