quarta-feira, 25 de junho de 2008

Navegar é preciso, mas não basta...

Bem pessoal, desculpem a ausência, mas estava faltando tempo para o blog. Uma notícia: depois de ficar um bom tempo longe dos jornais impressos (apesar de alguns convites, eu vinha resistindo), esta semana estarei de volta. Ao menos temporariamente publicarei alguns artigos, semanalmente, no jornal Cenário de Notícias. O foco será Comunicação, Mídia, etc.
O primeiro a ser publicado reproduzo abaixo...
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De internautas a produtores de conteúdo: é preciso mais do que navegar
Qual o papel que a internet tem hoje na sua vida? A cada dia que passa, o número de pessoas que têm acesso a computadores e, especialmente, à rede mundial, cresce vertiginosamente. A tão sonhada democratização da informação e do conhecimento, que os meios de comunicação prometeram, mas nunca conseguiram possibilitar de maneira plena, ao que tudo indica terá na web sua materialização. Certamente que ainda estamos longe do dia em que todo mundo terá um computador ligado à rede em casa, no trabalho, ou na escola. Mas você já parou para pensar nas possibilidades de participação que este meio oferece?
Até o surgimento deste novo cenário que se desenha, o rádio era (e ainda continua sendo) o veículo mais democrático do ponto de vista do alcance e da linguagem. Voltado para um universo heterogêneo de ouvintes, sendo capaz de alcançar os locais mais distantes a um custo muito pequeno, sua fala coloquial e próxima do povo o colocou no patamar de meio de comunicação de massa mais popular. Mas, assim como os demais meios, devido às características da tecnologia em uso, manteve o modelo de emissão tradicional (emissor-mensagem-meio-receptor).
O que a web traz assim de tão novo? Quando se fala em interatividade como a característica que diferenciaria a internet dos meios de comunicação tradicionais, há que se pensar que interatividade é esta. No começo, pensava-se que o simples modelo de navegação, através do hipertexto, configuraria uma nova forma de interatividade. O envio de emails, a liberdade no acesso a diferentes sites... Tudo isto seria a grande novidade da nova tecnologia, associada à convergência das demais mídias para o computador – sendo possível ouvir rádio, assistir TV e ler jornal no mesmo ambiente. Bem, não se pode negar que houve um avanço, se levados em conta apenas estes aspectos. Mas, hoje, mais de uma década depois da popularização da rede, é que se está descobrindo o verdadeiro potencial interativo desta tecnologia.
Falar em interatividade hoje na web é remeter a um novo conceito de participação, em que um simples feedback do leitor/usuário não representa nada mais do que uma mera reação no estilo estímulo-resposta. Quer dizer, ter interatividade na internet hoje vai muito além de mandar um email para seu site preferido ou navegar livremente pelo ciberespaço. No mundo inteiro, e no Brasil não é diferente, o antigo modelo de comunicação unidirecional está sendo colocado abaixo.
Embora ainda timidamente, não param de surgir iniciativas que operam um verdadeiro deslocamento no pólo de emissão das mensagens. De meros leitores, internautas estão transformando-se em produtores de conteúdo das mais diversas naturezas. Depois dos blogs, flogs e comunidades virtuais, chegou a vez de a interatividade ser elevada à potência máxima nos sites jornalísticos. O jornalismo participativo, cidadão, open source, dentre outras denominações, é a nova febre da web. Modismo ou revolução? Ainda não se sabe. O certo é que, cada vez mais, navegar só já não basta.