segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Melhores filmes de todos os tempos

Muito interessante uma lista dos melhores filmes de todos os tempos a que tive acesso a partir de um link postado no Twitter pela Silvana Dalmaso. Muitos dos filmes indicados são realmente indispensáveis e a lista é bem eclética. Para mim um dos melhores e que bem representa nossos tempos é O Show de Truman. Vale a pena conferir o ranking, que tem ainda as notas atribuídas pelo site...

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Sábado na praça


Sábado fui conferir a última noite do Macondo Circus na praça Saldanha Marinho. Infelizmente perdi um dos shows mais comentados, da banda Móveis Coloniais de Acaju, que rolou na sexta. De qualquer modo, foi muito bom conferir o clima do evento, que reúne gente de vários estilos e idades. Aliás, levei minha filha, que logo se enturmou e curtiu a praça. Encontrei amigos (na foto com Vini, Manu e Sil), bati um papo, foi um final de tarde/início de noite agradável, cultural, leve. A grande performance do sábado ficou por conta do argentino Proyecto Gomez, o homem que é uma banda. Ele arrasa na versatilidade! Infelizmente, foi o único dia em que presenciei o MC, mas já estou na expectativa pela edição de 2010. Quem quiser saber mais sobre as apresentações do Macondo Circus 2009, a dica é o blog da Silvana Dalmaso.

domingo, 29 de novembro de 2009

Santa Maria me abraçou


Abracei Santa Maria neste final de semana e nos tornamos mais íntimas. Morei nessa cidade durante 4 anos, na época da faculdade, mas minha relação com ela era superficial. Eu não ficava muito por aqui nos finais de semana, não participava muito das festas da turma. Nunca deixei de vir pra cá mesmo morando fora, mas nossos contatos eram esporádicos e sem muito aprofundamento. Mas, agora que voltei a morar aqui, desde fevereiro, decidi que nos tornaríamos mais íntimas.
Acho que isso só ocorreu mesmo no final de semana que terminou, quando rolou uma identificação entre nós. Pela primeira vez fui ao Macondo, que exemplifica o espírito diversificado da cidade. Fui ao Cesma in Blues, onde apesar do calor e do término da cerveja as 2h, senti que realmente estamos na Cidade Cultura. Caminhei sozinha pelas ruas com um olhar poético diante das coisas e das pessoas. Pela primeira vez, me senti fazendo parte da cidade, acolhida por ela. Ela consegue ser provinciana e ao mesmo tempo manter uma pretensão cosmopolita que lhe dá um belo charme. Santa Maria me conquistou.

*Na foto, a banda Lenha Seca, no palco do Cesma in Bllues (www.cesmainblues.com).

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Mulheres equilibristas


No Programa Saia Justa desta semana acompanhei uma discussão sobre como nós, mulheres, lidamos com os diferentes aspectos da nossa vida. Tema batido, desta vez abordado sob a metáfora do equilibrista, daqueles que ficam segurando diversos pratos utilizando as mãos e o corpo cuidando para que nenhum dos pratos caia. Para nós, cada prato representaria um aspecto da vida - família, trabalhos, filhos, estudos, amores, saúde, e por aí vai. O programa fez uma enquete nas ruas para saber das mulheres qual desses "pratos" é o mais difícil de equilibrar. Para a maioria, o prato que mais balança e que, por isso mesmo, é o mais importante, é, obviamente, o dos filhos. Eu concordo em partes. Claro que ser uma boa mãe é minha tarefa número um. Largaria qualquer coisa por minha filha, o que não vale para o resto. Tenho que dizer que minha carreira é muito importante (minha família, nem se fala). Mas, tudo se torna relativo diante do que representa um filho. No entanto, não acho que seja tão complicado assim exercer essa função. Não me vejo como uma equilibrista sendo mãe. Acho é que porque pra mim é algo quase instintivo, que vou aprendendo no dia a dia, errando e aprendendo. Claro que a gente abre mão de algumas coisas, se estressa muitas vezes, se angustia tentando acertar, sente medo de que algo não dê certo, que o filho adoeça, que sofra etc. Mas não é tão árduo assim a ponto de me sentir carregando um prato que a qualquer momento pode cair. Conciliar tudo sim, nos dias de hoje, é uma missão de equilibrista. O problema é que as vezes nós, mulheres, exigimos demais de nós mesmas, e aí a vida se torna um fardo muito pesado. Eu penso cada vez mais que não posso ser perfeita em tudo, embora não queira ser medíocre em nada. Mas o problema é quando além de inteligentes, queremos ser deslumbrantes o tempo todo, atendendo aos padrões que a sociedade nos impõe. Eu não tenho tempo para malhar, por exemplo (embora esteja pensando encontrar uma horinha por dia), mas estou focada em outras questões. Sou mãe e estudante, não tenho disponibilidade para estar na noite todo final de semana. Mas, isso não me frustra. O que quero dizer é que as mulheres se sentem estressadas e a ponto de um ataque de nervos quando querem tudo ao mesmo tempo. Viver só para o trabalho quando se tem um filho, ou querer só festa quando se tem uma carreira em jogo são coisas um tanto inconciliáveis. O que dá para fazer é distribuir um pouco as alegrias - dá para fazer bem cada coisa, sem excessos em nenhuma. Assim, acho que os pratos podem se manter suspensos no ar, harmonizados. Um stress, um susto de vez em quando são pequenos ônus dessa jornada que pode ser leve, dependendo de como a encaramos.

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Convites para o google wave

Quem quiser experimentar a nova "onda" do Google, tenho convites.
Os primeiros a mandarem por comentário o email, levam convites...

sábado, 7 de novembro de 2009

O caso Uniban

Pois a tal Uniban expulsou a aluna que precisou sair escoltada da universidade após ser quase linchada pelos estudantes dias atrás. O motivo da expulsão: a loira desrespeitou a "moral e os bons costumes" indo vestida com um vestido muito curto e justo à aula e tendo feito um verdadeiro desfile pelos corredores para chamar atenção. Acabou gerando confusão, foi perseguida, chamada de puta e quase linchada. Não acho admirável a atitude da moça, mas nada justifica a reação dos universitários e muito menos esse desfecho digno de países totalitários. Onde já se viu em um regime dito democrático, e numa instituição que deveria primar pela discussão de padrões ultrapassados, alguém ser expulso ou punido seja lá de que forma for, por usar determinado tipo de roupa? A adequação da vestimenta ou dos modos aos locais deve ser baseada no bom senso, e nunca na coerção. No máximo ela mereceria uma advertência. Expulsos teriam que ser os alunos que provocaram aquela barbárie pelos corredores. Alunos que deveriam saber se portar de modo menos selvagem.

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Um porto muito alegre

Porto Alegre é, até hoje, minha cidade favorita. Digo "até hoje" porque conheço pouco o mundo. Mas, nesta época, a capital gaúcha ganha ares especiais. Está rolando a Feira do Livro e a Bienal, e o período é ótimo para passear pelas ruas da Cidade Baixa. Morei cinco anos em POA, e ainda quero voltar para lá. Adoraria poder ir uma vez ao mês, passar alguns dias, rever lugares e amigos, mas cada vez tenho ido menos, pelas correrias da vida. Ultimamente, quando vou, é por conta de alguma atividade profissional, e pouco tempo sobra para o lazer. Foi o que ocorreu esta semana. Fiquei de terça a quinta na cidade participando do X Seminário Internacional de Comunicação, na PUCRS. Fui cheia de planos na bagagem - iria aproveitar o evento, claro, mas também daria um pulo na Feira, veria alguma coisa da Bienal, jantaria com amigos que moram lá, iria conhecer o filho recém-nascido de uma amiga, etc. Infelizmente, não deu tempo para nada. Fiquei imersa nas palestras e discussões nos Grupos de Trabalho do evento. Foi ótimo, aliás. Mas, voltei mais uma vez com aquela vontade de ficar mais um pouco... Não sei por que, mas nossa capital tem uma aura que me faz muito bem.

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Mestrado em Comunicação da UFSM promove II Ciclo de Debates em Comunicação


O Programa de Pós-Graduação em Comunicação (PPGCOM) da UFSM promove no próximo dia 06 de novembro, sexta-feira, o II Ciclo de Debates “Mídia e Sociedade”. As palestras iniciam às 14h, no Auditório do Departamento de Química, no campus. O evento, que tem o apoio do Programa de Pós-Graduação em Comunicação Social da PUCRS, terá nesta edição palestras com os pesquisadores Moisés Martins e Jean-Martin Rabot, ambos do Centro de Estudos em Comunicação e Sociedade da Universidade do Minho, em Portugal.
Martins irá abordar o tema “Espaço Público e Media: da crise do Estado à crise da cultura”, enquanto Rabot irá discorrer sobre “As figurações da monstruosidade nos media”. As inscrições devem ser feitas antecipadamente na Secretaria do Mestrado, no Prédio 21 do campus. O evento é destinado a estudantes de Graduação e Pós-Graduação, professores e profissionais das áreas da Comunicação, Ciências Sociais, Filosofia, História, Letras, Psicologia e demais interessados.

EVENTO: II Ciclo de Debates “Mídia e Sociedade”, do Mestrado em Comunicação Midiática da UFSM
DATA: 06/11/2009 – sexta-feira
LOCAL: Auditório do Departamento de Química – UFSM (campus)
HORÁRIO: 14h
INSCRIÇÕES: Na Secretaria do Mestrado – Prédio 21, a R$ 5,00 (com direito a certificado de participação) ou pelo email eventos.ppgcomufsm@gmail.com, com nome, RG, curso, instituição e nome do evento. A inscrição feita por email poderá ser paga na hora da palestra.

PALESTRANTES:

1.Moisés Martins
Professor catedrático da Universidade do Minho e Diretor do Centro de Estudos em Comunicação e Sociedade da Universidade do Minho (CECS).
Tema: Espaço Público e Media: da crise do Estado à crise da cultura

2.Jean-Martin Rabot
Professor de Sociologia e Investigador no CECS (Centro de Estudos em Comunicação e Sociedade) do Instituto de Ciências Sociais, Universidade do Minho, Braga – Portugal.
Tema: As figurações da monstruosidade nos media

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

A vida

Felicidade é um conceito muito relativo. O que é felicidade pra uns, não é para outros. O que faz alguém feliz, pode não ter significado para outra pessoa. Há quem diga que ser feliz é um estado de espírito e que independe de fatores externos. Outros acreditam que a felicidade é feita de momentos. Eu não sei ainda qual meu conceito de felicidade. Mas sei o que me faz feliz. E uma das coisas que mais me deixam felizes é o sabor de uma conquista, ainda mais quando ela foi muito batalhada, planejada, sonhada. Essa semana, em um mesmo dia, na verdade, pude experimentar sentimentos extremos e antagônicos. Segunda-feira foi um dia doloroso até uma certa hora. Havia vivenciado uma situação muito chata, deparado com uma realidade muito dolorosa. No entanto, antes que o dia terminasse, recebi uma das melhores notícias dos últimos tempos. Essa verdadeira dádiva, daquelas que chegam na hora certa, quando mais precisamos, tem um sabor muito especial. Ela veio para me mostrar que as escolhas mais importantes que fiz do ano passado para cá valeram muito a pena. Não vai mudar minha vida, mas me assegura tranquilidade para fazer o que venho sonhando há anos. O gostinho que senti foi de vitória, e é só o começo de uma trajetória que eu escolhi pra mim e que as oportunidades me proporcionaram como recompensa por muita dedicação e perseverança. Fez até com que eu esquecesse as agruras que uma segunda-feira triste. Entre a decepção do começo da tarde e a alegria da noite, teve a chuva que veio para certamente varrer da minha vida o que me angustiava há meses. Essa definição da chuva como limpeza quem me lembrou foi uma amiga usando as sábias palavras de seu avô. "A chuva cai para livrar a terra dos problemas", ou algo assim... As experiências dessa semana me deixaram um tanto sentimental. É a vida...

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Trabalho, trabalho, trabalho

A Revista Época desta semana traz uma reportagem sobre o crescimento do espaço ocupado pelo trabalho na vida das pessoas, hoje, em comparação com outras épocas. Ao fazer uma leitura dinâmica da matéria, fiquei pensando em algumas coisas que agora partilho aqui no blog.
Claro que trata-se de um fato muito relativo, pois a ligação que temos com o trabalho depende de muitos fatores sociais, individuais, ligados à questão econômica, ao tipo de atividade desenvolvida, à região em que se atua, etc. Mas, o que dá para dizer genericamente é que existe hoje uma cultura da ocupação full time.
Até algumas décadas atrás o pensamento predominante na sociedade dava ao trabalho uma outra conotação. Era a atividade ligada à ideia de "ganha-pão" simplesmente, onde se cumpria um determinado número de horas e a partir do qual se conquistava um lugar na comunidade. O que importava era ser pontual, cumprir todas as regras, ter uma ficha limpa. As pessoas entravam para uma empresa ou repartição pública e ali ficavam anos a fio, até a aposentadoria, tendo neste estilo de vida um modo exemplar de sucesso.
Foi-se o tempo em que uma bonita carteira de trabalho era aquela sem rasuras, quer dizer, sem mudanças de trajetória, com duradouras carreiras de uma só corporação. Hoje, um profissional com este perfil pode até se contar feliz, mas está, digamos, fora de moda. A tendência de sucesso hoje envolve o dinamismo, a mudança, o deslocamento. Um profissional bem-sucedido é aquele que é disputado pelo mercado, que muda de posição e de empresa, que arrisca e que vai além de suas atribuições.
Hoje, o trabalho não tem hora para terminar, muitas vezes nem para começar. O que vale não é quanto se fica na empresa, mas os resultados que se atinge. Esse profissional precisa estar antenado com o mundo, com seu tempo,e isto lhe rouba tempo e dedicação. Até suas horas de lazer, hoje, são relacionadas a atividades que exigem esforço intelectual (trabalho?)
As pessoas ficam em casa na internet agregando informações à suas atividades do dia a dia, respondendo emails de clientes ou fornecedores, procurando textos e programas que lhe ajudem no trabalho, horas nas redes sociais trocando ideias sobre seus projetos. Não há mais um horário destinado para o lazer. Ou melhor, o lazer está cada vez mais com cara de trabalho. Sem falar no celular, que nos tornou disponíveis 24 horas por dia, em qualquer lugar.
Hoje, não conseguimos ficar contemplativos diante do silêncio, ou diante de uma obra de arte, ou brincando com nossos filhos por muito tempo. Até dormir se tornou uma atividade obrigatória, ao invés de ser uma etapa prazerosa do dia. A gente dorme porque o corpo não aguenta, porque o dia está cada vez menor para tantas coisas que gostaríamos de fazer ou que teríamos que fazer mas não dá por falta de tempo.
Ao pensar nessa questão do nosso envolvimento cada vez maior com coisas ligadas ao lado profissional, relacionei imediatamente o assunto ao que discute o autor Jeff Howe no livro O Poder das Multidões. Utilizando o conceito de crowdsourcing, o editor da Revista americana Wired (a mesma do Chris Anderson) aborda a interessante temática desta cultura colaborativa e descentralizadora que tomou o mundo dos negócios, incluindo do entretenimento e do jornalismo. Uma de suas observações diz respeito ao número impressionante de pessoas consideradas "amadoras" que estão ajudando empresas das mais diversas áreas a diversificar seus produtos. São muitas vezes profissionais que atuam em determinados setores, que possuem até uma formação formal, mas que atuam como amadores em descobertas científicas, por exemplo. Algumas ganham dinheiro com isso, outras o fazem por outros motivos.
O que quero dizer é que tudo isto parece fazer parte desta mesma lógica que nos faz trabalhar mais e mais a cada dia. Mesmo quando não é por dinheiro, estamos virando trabalhadores quase 24 horas por dia. Dá saudade daquele tempo em que se podia passar horas sem fazer nada, sem pensar em nada, apenas sentindo a vida passar...

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Trabalho sobre o Twitter repercute entre estudantes

Durante o Intercom, a apresentação que fiz sobre o trabalho a respeito do Twitter, apresentado em parceria com a Professora Eugenia, acabou despertando interesse nos estudantes de Comunicação da Unesp, de Bauru-SP, que estavam fazendo a cobertura jornalística do evento. Um deles me entrevistou e o material gerou conteúdo para o blog e para um programa de rádio da faculdade deles.
Quem quiser conferir, pode acessar aqui. O podcast com o áudio pode ser baixado aqui. Só um reparo: eles me creditaram na matéria como "professora", o que ainda não sou.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Um setembro diferente

Este mês de setembro está sendo atípico para mim. Em anos é a primeira vez que estou longe dos festejos da Semana da Pátria e do Dia do Gaúcho. Durante os últimos 07 anos, me envolvi na cobertura dessas festividades para a Rádio em que trabalhava e, confesso, já estava cansada da mesmice dessas comemorações. Como a parte que me cabia nas coberturas era a reportagem do palanque das autoridades, passava umas 5 horas em pé entrevistando praticamente as mesmas pessoas todos os anos. Por mais que eu tentasse usar a criatividade, não tinha muito o que inventar. Por mais chato que seja um desfile cívico, o gaúcho supera. Ficar horas também em pé, e nos últimos anos ainda com chuva, observando cavalos defecando pela Praça, não era o melhor programa para um feriado. Que fique claro que não estou menosprezando esta atividade tão importante para a vida de tantas pessoas, e nem detonando meu passado profissional, mas fazendo uma ode à mudança, sempre bem-vinda. A passagem pela Rádio foi muito importante para mim e guardo com carinho muitos momentos profissionais que vivi no período, mas esses eventos realmente eram cansativos, assim como o carnaval com o desfile interminável das entidades locais. Por enquanto, é bom estar tendo um setembro diferente...

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Intercom 2009 - Diário de Bordo


Passei o feriado em Curitiba, participando do Intercom (evento nacional de Comunicação), que foi sediado pela Universidade Positivo na capital paranaense. Saímos de Santa Maria na madrugada de quinta para sexta-feira, e só chegamos em casa no final da manhã desta terça. Éramos umas doze pessoas do Mestrado e da Graduação, a maioria mulheres, além dos dois motoristas do microonibus responsáveis por nosso traslado.
Chegamos na tarde de sexta e fomos quase direto para a palestra de abertura, com o francês Dominique Wolton e sua fala sobre política e comunicação. A chegada ao campus da Universidade Positivo foi responsável pela primeira ótima impressão. O campus é grandioso, limpo, florido, e oferece uma estrutura invejável. O Teatro Positivo, onde foi realizada a palestra, é o maior do Paraná, e magnífico.
A primeira decepção da viagem foi quando resolvemos, após a palestra, seguir para o centro da capital e procurar uma pizzaria indicada por “nativos”. Todos com muita fome e cansados por conta da viagem de 15 horas da ida, fomos recepcionados por um segurança nada amigável nos informando que o rodízio encerrara às 22h em ponto, apenas alguns minutos antes de termos chegado ali. Tentamos argumentar, mas ele foi irredutível. Depois de alguma tentativa de negociação – o Wolton e sua comunicação como tolerância foi muito útil no momento – resolvemos entrar e pedir pizza a la carte. A pizza foi rapidamente servida e era uma delícia, o atendimento ágil, mas nada simpático. Os garçons e os atendentes do caixa sequer se esforçaram para esboçar algum sorriso aos “turistas”.
O evento durante todo o final de semana e o feriado foi ótimo, e posso falar especificamente sobre as atividades do Grupo de Cibercultura, do qual participei. Pela quantidade de painéis apresentados, subdivididos por temática de pesquisa, era um dos maiores GPs do Intercom. Apresentei um trabalho sobre o twitter na manhã de domingo e acompanhei ótimas discussões sobre meu interesse de trabalho, inclusive sobre jornalismo digital e web 2.0. Foi a primeira vez que apresentei um trabalho nessa linha em um evento dessa envergadura, o que me deixou bastante nervosa na véspera. Mas me senti realmente no meu grupo, em casa. É impagável se sentir pertencendo a uma comunidade de pessoas que estão pensando questões como as nossas e ver que mesmo estando fora do eixo das capitais estamos conectados com pesquisadores de excelente qualidade e renome. Sinto não ter podido acompanhar as falas do Prof. Dr. Alex Primo, da UFRGS, um dos teóricos que norteiam meu referencial teórico, e que coordena o GP de Ciber. Mas, esse é o principal aspecto frustrante do Intercom. Como o evento é muito grande e congrega ao mesmo tempo tantas atividades, não conseguimos acompanhar tudo que nos interessa.
E a segunda noite em Curitiba, sábado, foi melhor do que a da experiência com os nada simpáticos funcionários da pizzaria. Seguimos a indicação para conhecermos a famosa Rua do Batel, onde ficam vários barzinhos e restaurantes. Eu e duas colegas saboreamos ótimos hambúrgueres e gelados chopps em um ambiente muito bem decorado no melhor estilo lanchonete americana estilizada (ao som de Elvis Presley), sendo atendidas por garçons agradabilíssimos.
A terceira impressão ruim nos chegou na noite de domingo, quando a turma toda resolveu ir para o popular Bar do Alemão, uma aconchegante chopperia no centro histórico com mesinhas ao ar livre e muita gente batendo papo. Mas, logo que chegamos, mais um garçom de poucos amigos nos levou a cogitar mudar de endereço. A vontade virou obsessão depois que recebemos uma cantada bizarra de um jovem um tanto alcoolizado, e seguimos para a reconfortante Rua do Batel, onde nossa noite terminou em um bar inspirado na temática comunista-soviética (uma ironia para um espaço de consumo que roda clipes da rap americano), que tinha bebida, comida boa e gente bonita, uma ótima combinação para fazer com que Curitiba voltasse a ser no nosso imaginário uma cidade cosmopolita.
A manhã de segunda terminou com uma boa discussão no Intercom sobre jornalismo e literatura. A tarde começou com almoço no shopping e seguiu com turismo na Ópera de Arame e no Jardim Botânico, sob chuva. Encerramos o dia com a viagem de volta e uma experiência inesquecível. Um temporal na estrada obrigou nosso motorista a tentar parar no acostamento, o que se tornou impossível com a força do vento e da chuva. Assistíamos O Caçador de Pipas no DVD quando uma buzina atrás nos sobressaltou. Fomos arrastados pelo vento para trás e batemos na carreta que estava tentando parar, assim como nós. O vidro traseiro de nosso microbus quebrou e era possível ver pela janela, protegida então só com a cortina de pano, a frente da carreta que parecia vir em nossa direção. Felizmente foi apenas um grande susto. Ninguém se machucou, e pudemos seguir viagem até o primeiro posto. Umas três horas parados, sem luz nem sinal de celular, estrada interrompida com árvores que foram arrancadas pelo vento e um caminhão tombado. Voltamos, sem problemas, um pouco tensos, emocionados por aquele momento que nos fez chorar, rezar e rir juntos.



Importante registrar a qualidade das pessoas que nos conduziram sãos e salvos até nossas casas. Nossos motoristas, Jorge e Kiko, além do companheiro de viagem Wagner (que é de outro programa da UFSM, único homem entre os passageiros), mostraram-se figuras da melhor qualidade, que aturaram um bando de mulheres muitas vezes confusas quanto à localização geográfica de seus destinos, algumas atrasadas, outras indecisas. Eles sempre foram alegres, simpáticos conosco, compreensivos, humanos. Nós, as meninas do Mestrado e outras duas da Graduação, estreitamos laços, nos aproximamos, nos humanizamos naquela experiência surreal.


ENCONTROS E REENCONTROS - Pessoalmente fiquei feliz em conhecer face a face pessoas que admirava de longe, de sua produção intelectual (o Prof. Alex Primo e a mestranda Gabriela Zago) ou de suas postagens no Twitter (@jblago). Foi ótimo ter reencontrado dois ex-colegas de faculdade, ambos professores universitários – O Márcio Fernandes, da Unicentro do Paraná, e o Gleber Pieniz, em universidade de Joinville, Santa Catarina.

SALDO - Problemas à parte, Curitiba é uma cidade que gostei de conhecer. Difícil criar um rótulo para seu povo e seus costumes a partir de poucos momentos que tivemos em suas ruas e seus bares.
O Intercom, um evento de respeito e muito bem organizado.
A Universidade Positivo mostrou que o ensino privado no Brasil tem muito a ensinar à rede pública.
Sem dúvida, este meu primeiro Intercom nunca sairá de minha memória.


Assim que receber as fotos das máquinas digitais das colegas que cobriram nossos passeios, postarei algumas aqui.

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Marcelo Canellas e a morte de Elton

Embora possa soar romântica demais, a visão do repórter da Rede Globo Marcelo Canellas (formado pela UFSM) sobre a morte do sem-terra Elton em São Gabriel mostra a humanidade da qual precisamos para analisar certas situações - e que falta a tantos. Sua crônica no Diário de Santa Maria foi publicada antes da confissão do soldado da BM. Eu só li agora por conta de um post no Twitter.

domingo, 23 de agosto de 2009

Morte de sem-terra

Tiro pelas costas, bala de calibre compatível com a usada pela BM na desocupação... Em nota o comando da corporação "lamenta" o ocorrido. Dá vergonha tudo isso... Assino embaixo a avaliação lúcida do Professor Demétrio Soster, da UNISC.

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Sem-terra morto durante desocupação da Southall

E agora, o que mais falta acontecer? Teremos em São Gabriel um desfecho trágico para o que tenho chamado aqui de "novela da Reforma Agrária"? Notícia de hoje em São Gabriel me deixa sem palavras...

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

São Gabriel e a novela da Reforma Agrária

E segue a novela em São Gabriel. MST "invadiu" a Prefeitura pedindo estrutura para os assentamentos criados no ano passado com a desapropriação de várias propriedades. Segundo o Prefeito Rossano Gonçalves, não chegaram as verbas federais prometidas. O discurso dos dois lados não mudou, mas a situação agora é outra. Antes, políticos da corrente que agora administra o munícipio e ruralistas representados pelo Sindicato, não queriam a instalação do movimento na cidade. Não tiveram sucesso. A Reforma Agrária foi feita, com a entrega das terras. Mas, e agora, sem investimento e estrutura mínima para produzir, essas pessoas estão em seu direito de pedir o que foi prometido. Concordo com o Prefeito que o Governo Federal tem obrigação de cumprir com o que prometeu a essas famílias e à comunidade de São Gabriel. Mas também penso que o Município tem de tratá-los agora como cidadãos gabrielenses que têm direito à saúde, educação, segurança, como todos os demais moradores.

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Pai, eu te amo!

Sabemos que as datas comemorativas tem como objetivo final incrementar as vendas do comércio. Assim, não deveríamos ficar emocionalmente abalados quando de algum modo essas datas nos lembram coisas tristes. Mas, não tem jeito. Por mais que eu saiba que o Dia dos Pais é uma dessas datas, me senti fora de lugar por não ter mais a quem dar presente neste dia. Não que não tenhamos outras pessoas queridas a quem presentear numa data dessas, mas o Meu Pai não está mais aqui. No dia 15 de novembro fará nove anos que ele se foi, de um modo precoce, repentino, sem aviso. Sérgio de Lima Carvalho, o meu pai, morreu de infarto aos 54 anos, numa madrugada de primavera. Deixou muitas saudades e um orgulho imenso. Ele foi um homem espetacular. Honesto, correto, organizado, trabalhador por demais, legal, amigo e sensível. Sinto a falta dele todos os dias, e no Dia dos Pais senti falta de comer o churrasco que ele preparava com tanto gosto, se esmerando em atender meu paladar de menina chata. Senti falta de lhe emocionar entregando um presente com um cartão, e de ver o sorriso contido dele e o brilho de amor em seus olhos azuis. Sinto por ele ter trabalhado tanto e ter feito tão pouco as coisas que gostava como lazer. Graças a sua obstinação pelo trabalho, conquistei muitos de meus sonhos e tenho a tranquilidade de saber que minha mãe tem uma ótima casa para morar. Junto com ela, aliás, ele conquistou uma vida digna que não recebeu de mão beijada de ninguém. Sei que o corpo de meu pai já era, se foi. Mas sua linda alma está entre nós quando pensamos nele, e quando lembramos a pessoa especial que ele foi. Não acredito em vida após a morte, nem em reencarnação, mas acredito na vida eterna simbólica, ou seja, as pessoas legais não morrem porque ficam na mente de quem as amou e cabe a nós repassarmos esse amor adiante. Minha filha não o conheceu, mas sabe quem ele foi e o ama. Acredito que com isso ele já foi imortalizado. Pai, fica aqui este post como homenagem pelo seu dia. Eu te amo!

terça-feira, 28 de julho de 2009

Programa Showroom

Aos amigos que moram em Santa Maria e que têm acesso à tv a cabo, convido a assistirem o Programa Showroom, pelo canal 20 da Net. O programa vai ao ar às quintas-feiras, 20h30min, com reprises aos sábados e terças à tarde. A amiga que vos fala está atuando na produção, que envolve a Agência Taumes e a PAZ Produtora, ambas de Santa Maria-RS.
Sugestões são bem-vindas!

domingo, 19 de julho de 2009

Marley e eu

Só agora assisti o adorável "Marley e eu". Bem que me avisaram que eu choraria muito... É um filme sobre o que realmente importa na vida. Como tenho cachorro (uma cachorra que as vezes considero a pior do mundo), me identifiquei mais ainda.
O momento em que mais chorei foi no final, com a mensagem que o autor do livro (e personagem do filme) deixa para seu amiguinho. É algo assim:

"Cães não precisam de carros luxuosos, casas grandes ou de roupas chiques.
Água e alimentos já são o bastante.
Um cachorro não liga se você é rico ou pobre.
Esperto ou não. Inteligente ou não.
Dê o seu coração e ele dará o dele.
De quantas pessoas podemos dizer o mesmo?
Quantas pessoas fazem você se sentir raro, puro e especial?
Quantas pessoas nos fazem sentir…
extraordinários?"

Tão simples e tão verdadeiro!

segunda-feira, 29 de junho de 2009

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Campanha no Twitter pede #forasarney

E você, não vai aderir a essa campanha?

Internautas pedem a saída de Sarney. Antes tarde do que nunca!

O Twitter como agregador

Bem, a enquete ali do lado está encerrada e, ao contrário do que imaginei, a maioria ainda utiliza a navegação aleatória para se informar na web. Na verdade só queria ter uma ideia da utilização dos recursos agregadores de informação, tema de meu último artigo. Estou propondo a ideia de que o Twitter possa ser apropriado como uma ferramenta de agregação de informaçãoes, assim como fazemos quando selecionamos oque queremos receber através do RSS, por exemplo, também escolhemos quem vamos seguir no microblog para termos acesso aos tweets mais interessantes. Afinal, como tem mostrado pesquisas como as da Raquel Recuero e da Gabriela Zago, a informação é um capital social importante no Twitter. Só pra antecipar, utilizei como exemplo o papel do Twitter na distribuição de informações sobre os conflitos pós-eleições presidenciais no Irã. O trabalho é para uma disciplina do Mestrado, e a professora Luti (Mielniczuk) adotou a mesma sistemática da Compós. Assim, fizemos um sorteio para definir quem, dentre os colegas, seria responsável pelo relato crítico de cada artigo. Nada mais apropriado para uma era de construção coletiva do conhecimento.

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Gripe suína em São Gabriel: há motivo para pânico?




Não moro mais em São Gabriel, mas visito seguidamente a minha terra natal, pela qual tenho muito carinho e apreço. Minha mãe, meu irmão, os avós e o pai da minha filha, meus parentes mais chegados e grandes amigos moram na cidade. Por isso, tenho motivos para desejar que nada de ruim aconteça por lá. Assim, fiquei preocupada com o pânico que tomou conta do município após a divulgação da suspeita de que gabrielenses teriam sido contaminados pelo vírus da popularmente conhecida gripe suína (Influenza A, vírus H1N1, seja lá o termo correto que for). Alguns casos foram confirmados, o que aumentou a tensão entre os moradores. Mas, o que me deixou surpresa em toda a cobertura da mídia sobre o caso foi a postura adotada pelas autoridades de saúde e a administração local. Primeiro porque antes mesmo da confirmação do primeiro caso, foi decretado estado de emergência pela prefeitura. Segundo, porque os outros casos "suspeitos" de contaminação, foram - em minha modesta opinião - precipitadamente classificados como confirmados, pelo simples fato de que as pessoas com sintomas semelhantes tiveram contato com a menina que voltou da Argentina portando o vírus. Nunca vi, em dez anos de atividade jornalística, esse tipo de conduta por parte de autoridades de saúde. O protocolo seguido pelo bom senso pede que em último caso se forme uma sensação de pânico entre a população. O decreto baixado pelo prefeito de São Gabriel proíbe aglomerações de pessoas até ordem contrária. O argumento de que é melhor pecar pelo excesso do que pela omissão é compreensível, mas não justifica tamanho alarde. A coisa mais bizarra que vi foi o padre tendo que dar explicações aos técnicos do setor de Vigilância Epidemiológica (até a Brigada teria ido à igreja) por ter "desobedecido" o decreto e realizado a missa habitual. Ele se defendeu dizendo que mandaria as noivas casarem na prefeitura. A mensagem é clara: o mundo e a vida das pessoas não podem parar simplesmente porque um decreto assim determina. Surreal imaginar que o maior supermercado da cidade atende de portas fechadas, deixando entrar os clientes aos poucos, para evitar que muitos respirem o mesmo ar. Os bancos com filas do lado de fora, cumprindo a determinação municipal. Festas canceladas, bares às moscas. Nas ruas, as pessoas com máscaras, se esquivando umas das outras. Sou a favor das medidas de prevenção, mas penso que a forma como o poder público se manifestou nesse momento foi descabida. Tanto que recebeu críticas do Ministério da Saúde e do Governo do Estado. Não que isso tire a razão de quem acha que fez o certo, mas quem tem bom senso percebe o tom de desespero e exagero nisso tudo. Imaginem se nos lugares do mundo em que houve o maior número de vítimas a reação tivesse sido essa. Aeroportos estariam fechados, guetos para isolar as pessoas doentes teriam sido construídos, nos moldes do que se fazia antigamente como os doentes de tuberculose e os portadores de hanseníase (lembram das aldeias de leprosos?). A saúde evoluiu, a ciência se reinventa diariamente, mas a mentalidade do corolenismo da fronteira gaúcha não se deixa transformar. Em uma matéria de jornal, o secretário da saúde disse que iriam verificar os acessos ao município. Só o que falta é fecharem as porteiras da cidade, ou colocarem muros para evitar a entrada do vírus. Ou então adotarem o mesmo tipo de defesa que se fez quando da entrada do MST. Seria engraçado ver os defensores da ordem e do direito à propriedade empunhando bandeiras bradando "esta terra tem dono" para expulsar o vírus da gripe.

Brincadeiras e ironias à parte, não estou falando sozinha. Nesta matéria aqui, um especialista diz à agência RBS por que não há motivo para pânico.

sexta-feira, 19 de junho de 2009

O que você faz para selecionar o que vai ler na web?

Com tanto conteúdo na rede disponibilizado a cada segundo, ficamos perdidos, sem saber como fazer para não perder tanto tempo e ir direto ao que nos interessa. Existem diversas formas de se agregar conteúdo por interesse, fazendo um filtro das informações. Como você faz para se informar de forma seletiva? Que tipo de recurso utiliza? Por favor, responda a enquete ao lado. Os resultados farão parte de uma pesquisa que estou preparando em uma disciplina do Mestrado. Sugestões por comentário são bem vindas!

Depois do golpe ao diploma, como ficam os concursos pra jornalistas?

Um problema mais sério que até então ninguém havia comentado: como serão os concursos públicos para jornalista agora que o diploma não é mais obrigatório? Qualquer pessoa poderá concorrer, com qualquer formação ou sem nenhuma? O conteúdo a ser exigido nesse tipo de prova será o mesmo de antes da decisão do STF? Afinal, se os ministros entenderam que a profissão não é específica, não haverá por que se exigir conhecimento específico. Que confusão, hein? Agora que me dei conta disso, não consigo engolir mesmo a decisão! E pra se contratar professor de jornalismo, como será? Daqui a pouco vai haver uma série de ações contestando a constitucionalidade dos concursos que exigem formação em jornalismo...
Bom, agora o próprio SFT percebe que sua decisão criou um problema. Vejam a notícia.

sábado, 6 de junho de 2009

Artigo webjornalismo participativo

Já que estamos na era do conhecimento compartilhado, comunidades de conhecimento, inteligência coletiva, etc... A quem interessar, artigo publicado ano passado com a Profª Eugenia na revista Alceu (PUC-RJ).

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Twitter em minha vida: agora o censo!

O Twitter entrou há pouco em minha vida, mas de forma cada vez mais intensa. Tanto que se tornou o meu objeto de pesquisa. Já comecei a escrever um artigo sobre twitter e jornalismo, que servirá de "ensaio" para minha dissertação. Entrei no Mestrado com o projeto de pesquisar jornalismo participativo na web, e não abandonei a temática, apenas a reformulei. Afinal, essa cultura de convergência, como propõe Henry Jenkins, tem como um de seus pilares a construção coletiva do conhecimento e a colaboração entre profissionais e amadores na produção de conteúdos.
Agora acabo de responder ao censo do twitter no Brasil, que já está com resultados parciais sendo divulgados. O encerramento da pesquisa deve ser em 12 de junho. Acompanhe aqui.

domingo, 17 de maio de 2009

Um mundo mais democrático

As leituras que tenho feito ultimamente para o Mestrado me levam a acreditar que realmente estamos vivendo uma daquelas fases de transição de paradigma que mudam o curso da história. A internet revolucionou a comunicação, o que é um tanto óbvio, mas a constatação vai além de aspectos evolutivos da tecnologia. A sociedade, que é uma categoria dinâmica, está em fase de aceleração de transformações como talvez nunca antes. Estamos distantes ainda da "massificação" das novas tecnologias em termos de acesso, mas a atual abrangência que se verifica já permite que vejamos um quadro totalmente novo em relação ao do tempo do domínio exclusivo da comunicação de massa dos meios tradicionais. Não consigo me afiliar ao pensamento dos autores apocalípticos, embora reconheça que nem tudo são rosas nesse cenário cibercultural. Prefiro ver o mundo com a lente de gente como Pierre Levy, quando fala na inteligência coletiva, e os atualíssimos Henry Jenkins (com a cultura da convergência), e Chris Anderson (com a teoria da cauda longa). É a era da descentralização, da cultura colaborativa, do trabalho pro-am, da democracia na produção e no consumo, enfim, de um subversão nos papéis e funções cristalizados ao longo de décadas ou séculos de predomínio de um modelo agora em crise. É a era do twitter e da mobilidade tecnológica, das micromídias, da comunicação em rede. Para os que vêem nisso tudo apenas as mãos do mercado controlando até nossa pretensa liberdade, podemos dizer que melhor que tenhamos as ferramentas (mesmo que elas nos sejam dadas pelos "senhores do ar', como diria Echeverría) do que continuarmos apenas a fruir o que nos é empurrado goela abaixo pela grande mídia. Temos pontos de fuga por todos os lados nos direcionando rumo a um mundo mais democrático, basta sabermos usar as ferramentas a nosso favor.

terça-feira, 5 de maio de 2009

A visita de Carlos Wagner - que jornalismo queremos?

Hoje pela manhã nossa aula do Mestrado foi substituída pela palestra do repórter Carlos Wagner, que está divulgando seu novo livro contando a história dos 45 anos da Zero Hora. Tudo bem que era um evento institucional, do grupo RBS, ou seja, com o objetivo de engrandecer o jornal e o trabalho do repórter. Mas, a situação não tira o mérito da visita de Wagner, um daqueles dinossauros da classe que no auge de seus 58 anos de vida esbanja tesão pelo jornalismo, especialmente o investigativo, que é o que faz, e muito bem. A maioria do público era formada por estudantes da graduação, tanto dos primeiros semestres quanto dos períodos mais avançados do curso. Conheci Carlos Wagner no final de 1997, quando acompanhei uma repórter da Rádio Gaúcha (eu fazia um estágio lá na época) em uma cobertura policial no município de Guaíba, na Grande Porto Alegre. Ele, claro, já era referência na área. Devo tê-lo visto outras vezes de passada. Hoje foi legal ouví-lo falar sobre questões como as características fundamentais para a formação de um bom jornalista, futuro do jornal, transformações tecnológicas, relação mercado-academia. Não fosse seu jeitão despachado, sua fala cheia de palavrões e a forma descontraída com que aborda os assuntos, sua presunção e vaidade seriam irritantes. É bonito ver a paixão pelo jornalismo em uma pessoa que está há tanto tempo na ativa, mas ao mesmo tempo a gente vê o quanto o jornalista se ilude para acreditar no que está fazendo. O jornalista se acha capaz de transformar o mundo, pensa que "forma opinião", que está cooperando com o civismo, "colocando gente na cadeia". Pensa que é justiceiro, policial, super-herói. Sinto muito, mas pra mim o jornalista, por mais nobre que seja nossa atividade, nada mais faz do que construir discursos sobre o real. Seria lindo se pudéssemos cumprir pelo jornalismo a promessa moderna de emancipação do sujeito da Modernidade. Podemos ajudar, claro, mas do jeito como é feito, está longe de promover realmente a democracia, como aliás as demais instituições que teriam que sustentá-la e não o fazem. De qualquer forma, essa pretensão do jornalista é que o faz ir adiante e prestar um bom serviço, desde que ele tenha de base uma boa formação moral, ética. Para a gurizada que está ingressando na profissão, Wagner talvez tenha assustado um pouco - falem pelo menos mais uma língua, saibam História, leiam os clássicos da Literatura e da Filosofia. Não precisa saber escrever nem usar parafernália ténica. A segunda parte faz todo o sentido! Não acho que o jornalista tenha que escrever como um Machado de Assis, mas dominar as regras básicas da língua é fundamental.
Eu, particularmente, sempre defendi a formação que tive na universidade federal pela solidez do ensino teórico. Não tínhamos bons laboratórios de foto ou bons estúdios de TV e Rádio, mas tínhamos pensamento. Aprender a mexer em botõezinhos se faz em poucas horas e o mercado se encarrega. Além do que a tecnologia está mudando muito rapidamente e é impossível que a universidade acompanhe esse ritmo. Agora, uma formação para a vida é que faz um bom entrevistador, alguém que entende a sociedade em sua complexidade e que saberá ir atrás das informações com competência. Isso sim faz um bom repórter! Quanto ao futuro do jornalismo, Wagner mostrou estar antenado às transformações operadas com as novas tecnologia da comunicação. Alinhado com o que comentei aqui em outro texto, quando falava de Wolton, o jornalista de ZH defendeu que a disseminação de espaços informativos, as redes sociais, as micromídias, tecnologias móveis, blogs, jornalismo colaborativo etc ao invés de levarem ao fim da profissão de jornalista estão a exigir cada vez mais competência desses profissionais, que teriam de se relegitimar na condição de mediadores através da competência (daí a importância daquela formação sólida comentada acima). Com relação ao futuro do jornal, foi taxativo - pouco importa em que veículo ou meio a informação será repassada. Seja no computador ou no celular, a apuração da notícia, que é a base do trabalho jornalístico, continuará sendo necessária. Surpreendeu sua avaliação de qual seria o meio do futuro - o rádio, pelo seu alcance, penetrabilidade, facilidade de acesso e relação custo-benefício. Mas, o rádio terá de se reciclar, assim como o jornal, que se tornará mais analítico.

domingo, 3 de maio de 2009

Viva a Feira do Livro


Adoro uma feira do livro! Não uma em especial, mas adoro feiras do livro... Gosto do clima da praça, a movimentação que toma contadas cidades quando um evento como esse é desenvolvido. Apesar de ter morado em Santa Maria por quatro anos, no tempo da faculdade, não tinha ainda vivenciado muito a cena cultural da cidade, e a feira do livro era algo que não me chamava tanto atenção na época... e há mais de 10 anos ela era bem incipiente ainda. Pois semana passada estive na Praça Saldanha Marinho na quinta, dei uma olhada, comprei alguma coisa. Na sexta, levei minha filha. Ela ficou encantada! E eu, ao ver o quanto a feira cresceu por aqui, também. Claro que tem muito o que crescer ainda, mas notei a evolução e gostei. Guardadas as devidas proporções, matei um pouco a saudade da Feira de Porto Alegre, que é simplesmente tudo de bom, gigantesca e melhor a cada ano. E lembrei com carinho da Feira de São Gabriel, que apesar de engatinhar, se continuar sendo realizada por gente de vontade como tem sido nas primeiras edições, irá se consolidar. Lembro da sensação de ver a praça de minha cidade natal tomada pela cultura. O livro, claro, é o protagonista das feiras, mas não são só as bancas dos livreiros e editores que encanta. É a presença das crianças, das famílias, da música, do teatro, do bate-papo descontraído, enfim, é como se voltássemos a uma outra época. Dá aquele gostinho de interior, mas também faz com que mesmo no interior nos sintamos um pouquinho cosmopolitas. Nada como uma feira do livro pra fazer esquecermos um pouco as mazelas do mundo e tocarmos de leve no encantamento, algo que a cada dia parece mais raro de se experimentar.
P.S.: A foto ali acima foi feita pela Gabriela (6 anos).

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Wolton, Internet e os intermediários

Estive lendo alguns capítulos do livro do francês Dominique Wolton "E depois da Internet?", que é lá do comecinho dos anos 2000. A leitura faz parte da bibliografia de uma disciplina do Mestrado em Comunicação em que discutimos as mudanças culturais, sociais e tecnológicas dos últimos anos por conta da cibercultura e as transformações nas categorias de espaço e tempo que experimentamos. Já tinha ouvido falar da obra e do autor, inclusive assisti uma palestra dele sobre sua discussão a respeito da Internet, em evento na PUC-RS, em Porto Alegre, em 2001. Na época o assunto não me interessava tanto como hoje, e minha bagagem intelectual sobre o tema era muito restrita, portanto comecei a leitura agora para a Pós com uma curiosidade maior.
Confesso que não era bem o que esperava. Sabia do teor bastante crítico de Wolton com relação à Internet, e penso que é importante termos contato com autores de opiniões diversas para formarmos uma opinião mais fundamentada. Temos lido muitos autores bastante otimistas com relação as transformações positivas possibilitadas pelas novas tecnologias. Claro que mesmo os mais otimistas levam em conta que a tecnologia por si só não produz mudanças, e que os benefícios também dependem dos usos e do contexto social. Mas, enxergam que principalmente a Internet é responsável hoje por uma mudança no estatuto da recepção - se com os meios de comunicação de massa (tv, rádio), tínhamos um pólo fixo de emissão que dirige suas mensagens aos destinatários, com a rede o pólo da emissão dilui-se, todos podem ser emissores e receptores ao mesmo tempo.
Wolton bate muito na tecla de que a internet não estaria trazendo grande mudança, mas é importante ter em mente que ele escreveu essa obra no começo da década, e de lá pra cá muita coisa mudou. Para ele, quando enxergamos na Internet um novo espaço de exercício da democracia, estamos equivocados. Discordo de muitas de suas colocações, e não cabe aqui fazer o contraponto. O que me chama atenção e que pretendo utilizar como ponto de partida pra um questionamento que devo levar pra meu trabalho de pesquisa, é a valorização que ele propõe para os intermediadores. Na Internet, todo mundo tem acesso a tudo, em termos de informação. Mas, para que o conhecimento no sentido estrito seja construído, é preciso haver competência. Como a maioria não tem bagagem cultural para construir seu próprio conhecimento diante de um universo infinito de informações, cada vez mais seria necessária a presença da mediação. Quer dizer, ele dá uma esperança aos jornalistas, entendendo que o profissional, ao invés de perder legitimidade - como temos tanto nos questionado, ganharia um novo status, junto com outras categorias hoje postas em dúvida, como professores e outros. Não sei se haverá espaço para nós nesse novo mundo que está surgindo, mas das duas uma: ou seremos extintos de vez ou ganharemos um novo estatuto, ainda mais importante. Achei o Wolton bem chato, repetitivo e me deu até a impressão de que ele ganhou algum do governo francês pra defender a tv (que por lá é pública), como se esta fosse realmente ameaçada pela internet. Mas, esse aspecto de sua discussão me interessou especialmente. Alguém tinha que achar uma utilidade para os "mediadores" em um mundo em que o acesso à informação parece necessitar cada vez menos de intermediários.

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Melancólica, mas feliz

Melancolia. Esta a palavra que melhor se aproxima do meu estado de espírito nesta segunda-feira. É que segunda já é um dia chato, mas depois de um feriadão, mais chato ainda. Viajei quinta, voltei ontem, ainda estou no ritmo de descanso. Mas estou mais melancólica pelas notícias ruins do fim de semana envolvendo pessoas próximas. Não, felizmente tive a sorte de não perder ninguém querido. Mas ouvi histórias muito tristes, de amigos que perderam amigos, ou de conhecidos que perderam parentes. A primeira tragédia foi com uma família inteira. Mulher que vai com a mãe visitar a irmã e ocorre um acidente que a leva a morte, junto com um sobrinho. A segunda envolve um colega de profissão, amigo de muitos amigos meus, que aos 26 anos morre em uma pescaria, tragicamente, junto com o pai e sob os olhos do irmão gêmeo. Por fim, a última notícia mórbida do fim de semana foi da morte repentina de uma amiga de minha mãe, mãe de uma conhecida minha. Nossa! Todos os dias, eu sei, acontecem casos assim com milhares de pessoas no mundo. Mas, quando a morte passa perto da gente, só nessas situações, é que a gente se dá conta de nossa finitude. Dá insegurança, sensação de impotência diante do nosso destino (seja lá o que isso quer dizer), mas também nos dá coragem de viver, no sentido mais amplo da expressão. Tudo se torna menor diante do que realmente importa nesta vida. Apesar da melancolia, estou feliz por estar viva e por ter tantos motivos para sorrir.

Doce Ressurreição


Seria bom que a simbologia da Páscoa contaminasse as pessoas. Um pouco de doçura não faz mal a ninguém. Cansei de gente "amarguenta" que acha que tem resposta pra tudo. Prefiro saborear a vida como uma criança diante de um caixa de bombons. Piegas? Pode até ser, mas é bem mais gostoso assim.

Se pudesse adoçaria esse mundo azedo!

Pra quem ainda acredita no poder do chocolate (um bom começo pra uma ressurreição de conceitos), feliz Páscoa!!!

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Domingo sem fome e sem dor graças a internet


Meu sonho é, em um futuro logo ali, poder, do meu notebook, pagar todas as minhas contas, fazer as compras do supermercado, da farmácia. Detesto fila, burocracia, demora.

Adoro andar na rua, conversar com as pessoas, portanto não me vejam como uma nerd antissocial. Apenas prefiro utilizar minhas preciosas horas do dia em coisas realmente úteis e prazerosas, o que não inclui fazer compras ou pagar contas.

Ultimamente tem crescido muito o número de coisas que faço pela internet, o que facilitou muito a vida. Mas, como vivo no interior da ponta de um continente periférico, as mudanças caminham a passos lentos, até porque eu não sou daquelas pessoas que manjam tudo das últimas novidades da tecnologia em rede. Fato é que, no último domingo, me senti mais próxima do mundo desenvolvido. Sem tirar a bunda da cadeira, mexendo apenas as mãos no teclado, encomendei remédio pra enxaqueca que me consumia e também pedi um xis que foi minha janta. Tudo bem, com o telefone isso é possível há muito tempo. Mas, como não tenho fone fixo e o celular é pai de santo, fiz tudo isso rapidinho e sem precisar desembolsar além da mensalidade que já pago pela internet.
Concordando com a idéia da convergência entre as tecnologias, no sentido de Jenkins, acredito que o bacana é mesmo essa convivência complementar entre elas, algo que se tornou real graças ao uso que delas fazemos. Ah, não ganho nada com jabá, mas acho que vale como dica e até incentivo às outras empresas: site da Panvel e msn do Xis do Dariu (em Santa Maria-RS).
Não adianta colocar site bonitinho na internet e alardear a interatividade se a coisa na prática não funcionar. Eu tive sorte de ter meus problemas resolvidos rapidinho com alguns cliques. Meu domingo foi salvo!

sexta-feira, 27 de março de 2009

Bem-vindos ao twitter


Esta semana o Maurício, meu colega de mestrado e de blogosfera, apresentou-me a nova coqueluche da web. Ele mesmo estava naquele momento descobrindo o novo "dispositivo", para usar um termo da moda na pesquisa em comunicação. À primeira vista, parecia até meio simplório, mas na medida em que comecei a ampliar minha rede de "following" e "followers", comecei a achar interessante. Aparece, do nada, gente muito bacana, que encontra algum post ou coment nosso em algum lugar da rede, e nos acessa no twitter. Ou seja, os encontros são por afinidade, e perdem o sentido se forem movidos apenas pela ânsia de mostrar números. Bem diferente do orkut, em que existe uma competição velada pra ver quem tem uma rede maior e onde a interação resume-se a contatos superficiais. No twitter, para quem ainda não conhece, você segue e é seguido por outros membros através da postagem de pequenos textos ou links que abrem uma gama enorme de outras trocas. Um "update" no twitter pode me levar a um blog, a um site de notícias que eu não conhecia, a uma outra rede social, enfim, uma infinidade de possibilidades hipertextuais. Confesso que já estou viciada! Depois do msn, é o meu segundo atalho ao conectar o pc. Já desbancou o orkut, que acesso mais por hábito do que por verdadeiro interesse. Quem quiser saber mais sobre as possibilidades, leia os posts do Maurício em http://turbilhaoideias.blogspot.com/.

quinta-feira, 26 de março de 2009

Está feito!

Confirmada minha escolha... pode ser um daqueles marcos divisores de água na vida da gente. Fico em Santa Maria, fazendo o Mestrado, abrindo mão de uma vaga conquistada no concurso da Emater, que era pro escritório regional da empresa em Bagé. Tinha recebido email do RH para estar hoje em POA com a documentação. Nem mesmo quando ligaram, agora há pouco, para confirmar se eu iria assumir, cheguei a titubear. Não sei se minha vida seria melhor se a escolha tivesse sido outra, mas ao menos tive certeza do que quero.

quarta-feira, 25 de março de 2009

Jornalistas de olho no STF

No próximo 01/04 estaremos de olho em dois julgamentos cruciais para a categoria no Supremo Tribunal Federal. Na pauta, a Lei de Imprensa e a obrigatoriedade do diploma. A data não poderia ser melhor: Dia dos Bobos!

sábado, 21 de março de 2009

Para entender a internet


Olha que iniciativa legal nos termos participativos da internet. O livro "Para entender a internet" foi dispobilizado na rede e conta com a colaboração dos usuários. Estou ajudando na divulgação, afinal a iniciativa é louvável e os textos têm a autoria de gente de peso. Vale a pena baixar e dar uma conferida.
Clique no link e baixe a versão beta.

quinta-feira, 19 de março de 2009

Ser ou não ser

Até que ponto somos produtos de nossas próprias escolhas? Perguntinha aparentemente banal mas que pode dar margem a substanciais reflexões filosóficas. Como a ideia aqui não é teorizar muito, mas apenas exercitar um pouco o pensamento, fico no meio do caminho. Penso que obviamente fazemos escolhas o tempo todo. Selecionamos entre uma e outra opção desde o momento em que acordamos até a hora em que vamos dormir. Que critérios nos impulsionam? Bom, eles são também critérios socialmente construídos - não podemos fugir do peso do contexto cultural em que estamos mergulhados. Ou seja, somos livres para escolher, mas limitados por uma série de fatores da vida em sociedade. Quando escolhemos o caminho menos óbvio, recebemos críticas ou admiração alheias. Depende do quão singular é o caminho que vamos trilhando. Há quem não tem muita escolha, mas optar por ter um número restrito de possibilidades também é, de certo modo, uma opção que fazemos. Sentir-se livre para construir a própria história é difícil, pois coloca muita responsabilidade em nossas decisões. Atribuir o que acontece conosco ao destino, aos deuses ou ao acaso é mais cômodo. Ficamos livres do peso da decisão, podemos nos auto-rotular como vítimas das circunstâncias. Eu tenho preferido ser sempre protagonista, mas às vezes me dá um alívio entregar nas mãos do tempo, ou de Deus, ou da sorte...
O mais complicado ao ter de escolher é saber a importância que tem aquilo que rejeitamos em nome do que escolhemos. Diz a velha máxima: não podemos ter tudo! Então, sejamos felizes por termos coragem de escolher e façamos o melhor para que nossas opções tenham sido as certas. Se der errado, teremos o conforto de saber que naquele momento foi o correto pra nós.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Finalmente em casa

Casa nova, vida nova... Tão bom recomeçar! O apartamento ficou ótimo, minha filha adorou a cidade, a escola. As coisas estão dando certo. Por enquanto, estou sem computador e sem internet em casa. Por isso, tenho estado ausente. Mas, será por pouco tempo. Não vejo a hora de iniciar as atividades acadêmicas, profissionais, e manter este espaço atualizado com maior freqüência.
Por hora, não tenho muito a declarar. Depois da mudança e de colocar a casa em ordem, é hora de refrescar a mente e o corpo.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Só depende de mim...

Caixas e malas por todos os lados. Paredes em branco. Móveis fora do lugar. Tudo à espera do caminhão da mudança. Assim é o cenário aqui em casa (no momento em que escrevo). Eu, acompanhada da Mel (cachorrinha da minha filha), finalizo os últimos ajustes. Desta vez, diferente das outras nove (sim, é minha décima mudança desde que virei gente), a mudança vai e eu fico. Não aqui nesta casa, que amanhã não será mais o lar que habitei por 2 anos e 3 meses. Vou lá, receber os meus pertences, e volto, para concluir um ciclo. Por mais acostumada que deveria estar com este processo de deixar uma casa ou uma cidade e ir para outra, ainda fico melancólica. Canceriana que sou, apego-me. Fico nostálgica com o que deixo para trás, sempre. Já me conheço o suficiente para saber que mergulharei com tanta intensidade na nova vida que não sobrará tempo para saudades mórbidas. Logo ali a frente lembrarei deste ciclo que agora fecho com ternura, apenas ternura. Eu sei por quanto tempo sonhei, desejei, planejei e me preparei para chegar a este ponto. Conquistar algo tão almejado é motivo para festa. Por que a nostalgia? Porque guardo cada pedacinho do meu passado em um lugar muito especial. Não sei descartar o que já foi. Eu me reciclo para o novo, sem destruição. E, assim estou, vendo esses móveis, livros, aparelhos, cds, etc, ganhando a estrada, indo para o lugar em que uma renovada Luciana surgirá. Uma Luciana transformada pelos anos de espera e de preparação. Quantas vezes quis largar tudo e me aventurar para, através de um atalho, chegar aonde queria?! Quantas vezes me senti frustrada, derrotada, impotente?! Hoje, que a realidade me bate à porta me convidando a desfrutar de uma nova etapa, motivante, de crescimento, o que eu tanto queria abandonar não me parece feio. Nesta fase que durou quase sete anos, aprendi a esperar, e a criar as minhas oportunidades. Foi o tempo, foram os erros, foram as pessoas que cruzaram meu caminho me ensinando a ser paciente. Por isso, foram anos importantes. 2009 inicia com uma aura mágica pra mim. Estarei fazendo o que queria fazer, e muito bem acompanhada. Levo junto a razão de todas as escolhas - Gabriela, que talvez relute contra elas hoje, mas um dia me agradecerá. Levo a saudade de pessoas de verdade que se tornaram meus amigos... Mas vou leve, pois me desprendo cada dia mais do que não me é necessário.

Dará certo? Um dia, talvez, quem sabe... só depende de mim!

domingo, 11 de janeiro de 2009

Escolhas


O que faz a vida valer a pena? Os momentos raros que levam o coração a disparar e nos tiram o fôlego, ou a segurança perene daquilo que já conhecemos? Este questionamento me veio ao assistir As Pontes de Madison, romance ícone dos apaixonados, que ainda não tinha visto. Uma típica dona de casa do interior se redescobre uma mulher que queria muito mais da vida ao conhecer, e se apaixonar, por um fotógrafo cidadão do mundo. Em apenas quatro dias, eles se vêem diante da certeza de que se amam. Surge o conflito: largar o lar doce lar para ir viver um romance que significa a realização das projeções da juventude, ou continuar levando a mesma vida de sempre? A decisão, pela segunda alternativa, não é apenas a escolha de uma mulher covarde e conformista. Quando dá adeus ao homem que a despertou de um coma existencial, nossa mocinha faz mais do que optar pelos filhos e o marido "limpo e correto". A justificativa dela é sábia! De tão valiosos que foram aqueles poucos dias, ela resolve imortalizá-los. Certamente ela teve medo do desconhecido, apego à vida que construiu, mas o que falou mais alto foi a certeza de que algo tão especial que lhe acontecera não merecia ser destruído pela rotina que poderia vir pela frente. Uma escolha, embora pareça paradoxal, de alguém que valoriza por demais seu próprio ideal de vida. Ela precisava da ilusão a ponto de não querer torná-la real.

Me ocorreu que a vida se resume a estas escolhas. Quantas oportunidades de optar entre nossos desejos e o caminho já trilhado nos aparecem? No fundo, nossa alma clama, grita lá de dentro para que sigamos em direção ao novo, porque se nos despertou o desejo, é porque é importante pra gente. Não falo de impulsos vagos ou caprichos, e sim de nossas verdades mais essenciais. Sempre sabemos o que queremos, mas por insegurança, medo, falta de atitude, por vezes o deixamos escapar. A dúvida é, no fundo, nossas certezas nos apontando o dedo em riste.

Mas, e quando damos ouvidos ao coração, sempre optando pelo que lá no fundo é o que realmente queremos? Tornamo-nos eternamente insatisfeitos, sempre em busca de algo novo que nos preencha o maldito vazio que nasce com a gente? Talvez seja a busca em si que nos leve adiante, que dê sentido a nossos dias. Já que o exemplo está no romance, é o caso de pessoas que vivem eternamente procurando, trocando uma paixão por outra sem nunca "se encontrar". Mas, vem aquela máxima de que é preciso conquistar a mesma pessoa todos os dias... Sempre lembro do que Contardo Calligaris disse em uma entrevista, sobre o porquê de os relacionamentos não resistirem ao término da fase da paixão. Segundo o psicanalista italiano, o problema é que ao matarmos a individualidade do outro, perdemos o interesse e a paixão vai embora precocemente. É o mistério que nos seduz. Como a vida, o amor só sobrevive se implicar em desafio. Para manter o coração batendo forte, precisamos deixar espaço para a conquista diária. E aí lembro de um filme que acabo de ver: O Escafandro e a Borboleta. Se o primeiro nos aprisona, fazendo-nos vítimas de uma verdadeira "síndrome do encarceramento", a segunda nos liberta e nos mantêm vivos. Mais uma vez, estamos falando de escolhas.

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