quinta-feira, 24 de julho de 2008

Ombudsman na tevê

Dá uma olhada nos seguintes tópicos:

-relevância para o exercício da cidadania;
-importância cultural e artística;
-credibilidade e interesse público das informações;
-equilíbrio e independência jornalística;
-potencial de entretenimento;
-utilidade comunitária;

Já imaginou uma programação de tv que atenda a estes quesitos e ainda tenha qualidade técnica? Parece utopia, né? Mas é com estes critérios que o novo ombudsman da TV Cultura, o jornalista Ernesto Rodrigues, vai assistir, para poder avaliar com olhos de telespectador dos mais exigentes, a programação da emissora. Pra quem não sabe, ombudsman é um profissional contratado pela empresa para ser o porta-voz do público, apontando pontos positivos e negativos dos produtos, seja em jornais, revistas ou emissoras. Como a missão não é das mais fáceis, e há uma resistência dos jornalistas e das empresas em ter alguém lhes apontando o dedo no nariz todo dia, o cargo anda meio em baixa... O anúncio da Cultura essa semana traz esperanças pra quem luta pela qualidade dos meios de comunicação.
Segundo o portal Comunique-se (http://www.comunique-se.com.br/), "Rodrigues terá uma coluna semanal no site da TV Cultura. Além disso, fará atualizações diárias com comentários sobre a programação da emissora. Num outro momento, também será concedido um espaço na grade."

Personal friend????

Essa eu li hoje no Jornal do Comércio... Depois dos personal stylist chegou a vez dos personal friends. Gente, pagar alguém pra nos ajudar a ter uma imagem melhor, tudo bem. Agora, contratar uma criatura pra posar de companhia na ida ao cinema ou a uma festa, já é demais. Será que estamos tão mal de auto-estima e descrentes nas pessoas que nem uma amizade de verdade conseguimos ter mais? Que está difícil encontrar alguém em quem se possa confiar, é verdade. Mas antes só do que mal acompanhado. E, por mais que seja difícil conviver com os defeitos alheios, o exercício de tolerância e a troca de experiências com quem pensa ou age diferente da gente já vale a pena em relações com pessoas de carne e osso. Não sei você, mas eu ainda prefiro um mau amigo do que uma companhia de aluguel. Sinceramente, acho que o mesmo que leva alguém a pagar por um serviço desses é o que motiva há tantos anos alguns a pagar pelos préstimos sexuais da prostituição. Sempre achei que quem paga pra ter sexo está atestando a própria incompetência para conquistar. Será que estamos caminhando em direção à incapacidade na arte de ser e fazer amigos?

segunda-feira, 21 de julho de 2008

Copia e cola: burrice escolar tá na moda

Em tempos de "CTRL V" / "CTRL C", virou moda estudantes utilizarem-se de sites de busca para pesquisar na internet temas de seus trabalhos escolares. O problema é que, sem uma pesquisa crítica, tem muita gente "aprendendo" tudo errado. O tema é tão preocupante que tem professores e escolas mundo afora banindo da vida escolar consultas a wikipedia e google. Na verdade, a internet facilitou muito e também ajuda um monte na hora de se fazer um trabalho de pesquisa. O que não pode ocorrer é o estudante limitar-se a copiar o que encontra, sem contrapor versões diferentes ou no mínimo descionfiar do que lê.
O link abaixo é de uma notícia sobre reunião que debateu o tema na SBPC.

http://cienciahoje.uol.com.br/123825

quinta-feira, 17 de julho de 2008

Quanto bebe nosso carrinho do dia a dia?

Recebi um email sobre uma suposta conspiração contra os carros elétricos, que seriam a salvação do planeta (e de nosso bolso) não fosse o lobby dos petroleiros. Enquanto não inventam uma Lei Seca para os carros, continuamos tendo de dar de beber a nossos mais queridos meios de locomoção...
Alguém sabe quanto o próprio carro consome realmente de combustível? Os comentários em rodas de conversa, mesas de bar, fóruns na internet e outros espaços de debate não chegam a um consenso. Carros do mesmo modelo, ano, condições de uso semelhantes, e que rodam nos mesmos espaços geográficos fazem, de acordo com o depoimento de seus usuários, relações quilometragem/litro diversas. Tenho um Uno 96, não entendo nada de carros (deu para perceber pelo texto?), mas quero saber quanto tenho realmente que gastar no posto por mês. Fiz uma pesquisa empírica por algumas semanas, abastecendo o suficiente para não ficar na rua, zerando o marcador da quilometragem até achar queestava usando a reserva da reserva. Acho que fiz 11,5 km/litro na cidade... Acho! Muitas pessoas dizem que é pouco para um Uno, outros que é excelente com o motor do meu (sei lá que motor é). Vejo proprietários de veículos falando que têm carro 1.8 e 2.0, e que fazem 10 km/litro na zona urbana. Nunca vi assunto tão controverso. Ainda não sei quanto meu carro realmente consome ou quanto deveria consumir para ser considerado econômico. Alguém conhece alguma tabela que nos livre desta angústia?

quinta-feira, 10 de julho de 2008

O poder nas mãos do internauta

Na próxima quinta-feira (17/07), às 15h, o Portal iG promove um debate ao vivo entre os candidatos à prefeitura de São Paulo. Pelo que se tem notícia, será uma iniciativa inédita na internet brasileira. O grande diferencial em relação aos debates tradicionais, transmitidos pela tevê, é a participação do público, que poderá cadastrar perguntas em vídeo, enviar emails, e participar de bate-papo online. Além disso, um link será disponibilizado para que o debate possa ser reproduzido em qualquer site ou blog. Como se vê, não tem mais volta. A internet é, hoje, o grande suporte desta midiatização que afeta todas as esferas da vida social. Nada escapa de seus tentáculos.
Ciência, religião, política, relações afetivas, nosso dia a dia, tudo é perpassado pelas lógicas da mídia. Se até bem pouco tempo este fenômeno tinha sua centralidade na operação dos meios de comunicação de massa (especialmente da televisão), com a rede mundial de computadores as coisas ganham um novo rumo. A interatividade e a democratização que a internet possibilita representam um marco na Comunicação. Falar em centralidade da mídia antes era pensar no poder de grandes empresas. Hoje, o poder começa a mudar de mãos.
É o que o jornalista norte-americano Chris Anderson chama de “A cauda longa” em livro de 2006 que virou best-seller – a internet estaria tirando o foco do consumo voltado para as grandes marcas e companhias em direção a nichos de mercado. No jornalismo ocorre o mesmo – cada vez mais migra-se da grande mídia para os blogs, sites participativos, enfim, fontes alternativas de informação. Não que as empresas tradicionais da mídia percam terreno ou estejam ameaçadas. Na verdade, o que tem se verificado é uma complementaridade – jornalistas independentes servem-se das informações da grande mídia para abastecer seus blogs, comentando a atuação dos veículos oficiais, por exemplo.
Com meios de comunicação tradicionais e canais alternativos que surgem toda hora na internet convivendo harmonicamente, ao mesmo tempo em que cresce o número de cidadãos com acesso à rede, temos um verdadeiro menu à disposição do consumidor de informações. Este não é mais um sujeito frágil, manipulável pelas grandes corporações. Neste novo cenário, ele pode escolher, porque tem opções a seu dispor ao clicar de um link. Mesmo na internet existem poderosos, mas quem manda mesmo é o internauta, mais do que nunca.