quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Você acredita na mudança?


Você acredita que as pessoas mudam? Eu acredito que sim. As pessoas não nascem prontas e, apesar de formarem grande parte de sua personalidade e caráter na infância, segundo o que nos diz a Ciência, estamos constantemente em transformação. Portanto, não há como duvidar que a vida está sempre nos dando novas chances de mudar, para melhor ou pior, dependendo do ponto de vista.

Não sou tão ingênua a ponto de acreditar que num passe de mágica podemos nos tornar diferentes, ou que as manias da pessoa que amamos irão sumir apenas porque queremos. Muitas vezes é difícil demais perder certos hábitos ou mudar o jeito de pensar. No entanto, é possível, desde que tenhamos vontade e que estejamos abertos à transformação.

Algumas pessoas muito próximas a mim dizem que mudei muito, mas eu creio que na verdade estou apenas deixando minha essência mais à mostra, e isso é uma grande transformação. Não é fácil sermos nós mesmos em um mundo que nos enche de cobranças por todos os lados. Os pais querem que a gente dê certo, mas o conceito deles de "certo" e de "melhor pra nós" nem sempre corresponde ao que queremos de verdade. Para uns, posso ser considerada um fracasso porque com mais de 30 ainda não tenho carro do ano e casa própria. No entanto, outras pessoas podem enxergar que as minhas grandes conquistas são as experiências de vida que me levaram até o caminho que eu queria seguir para me sentir feliz.

Quando falo que hoje sou mais eu mesma, creio que talvez seja assim com todo mundo. A mudança não é radical, pois não nos tornamos outra pessoa; nos tornamos aos poucos nós mesmos, aquilo que somos em essência e que as circunstâncias nos impedem de mostrar. Talvez aquela pessoa violenta esteja apenas querendo chamar atenção para sua carência de afeto. Talvez aquela mulher fofoqueira precise de coragem para dar uma guinada em sua própria vida e parar de se preocupar com a dos outros. Quem sabe aquele cara insensível que trata mal as mulheres com quem se relaciona esteja apenas demonstrando sua frustração como homem.


Não estou querendo arranjar desculpas para os erros das pessoas, mas fazer um exercício de relativismo nos ajuda a ver que nem tudo é como realmente parece. Um tanto óbvio, eu sei, mas às vezes o óbvio nos passa despercebido e a gente complica as coisas ainda mais. Impossível não acreditar nessa mudança, nesse processo de crescimento e auto-descoberta, se até mesmo um livro pode nos impulsionar em direção a ela. Uma conversa, um cheiro, um impulso, tudo isso pode nos mover. O tempo, que nos deixa rugas e cabelos brancos, também nos aprimora por dentro, a não ser quando nos amarguramos com as frustrações e perdemos as oportunidades de melhorar. Aí só nos resta sermos velhos rabugentos que ninguém aguenta. Mas, ainda teremos escolha.