Até que ponto somos produtos de nossas próprias escolhas? Perguntinha aparentemente banal mas que pode dar margem a substanciais reflexões filosóficas. Como a ideia aqui não é teorizar muito, mas apenas exercitar um pouco o pensamento, fico no meio do caminho. Penso que obviamente fazemos escolhas o tempo todo. Selecionamos entre uma e outra opção desde o momento em que acordamos até a hora em que vamos dormir. Que critérios nos impulsionam? Bom, eles são também critérios socialmente construídos - não podemos fugir do peso do contexto cultural em que estamos mergulhados. Ou seja, somos livres para escolher, mas limitados por uma série de fatores da vida em sociedade. Quando escolhemos o caminho menos óbvio, recebemos críticas ou admiração alheias. Depende do quão singular é o caminho que vamos trilhando. Há quem não tem muita escolha, mas optar por ter um número restrito de possibilidades também é, de certo modo, uma opção que fazemos. Sentir-se livre para construir a própria história é difícil, pois coloca muita responsabilidade em nossas decisões. Atribuir o que acontece conosco ao destino, aos deuses ou ao acaso é mais cômodo. Ficamos livres do peso da decisão, podemos nos auto-rotular como vítimas das circunstâncias. Eu tenho preferido ser sempre protagonista, mas às vezes me dá um alívio entregar nas mãos do tempo, ou de Deus, ou da sorte...
O mais complicado ao ter de escolher é saber a importância que tem aquilo que rejeitamos em nome do que escolhemos. Diz a velha máxima: não podemos ter tudo! Então, sejamos felizes por termos coragem de escolher e façamos o melhor para que nossas opções tenham sido as certas. Se der errado, teremos o conforto de saber que naquele momento foi o correto pra nós.
Um comentário:
"Liberdade é estar-se preso ao que se deseja." C.R.
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