domingo, 29 de novembro de 2009

Santa Maria me abraçou


Abracei Santa Maria neste final de semana e nos tornamos mais íntimas. Morei nessa cidade durante 4 anos, na época da faculdade, mas minha relação com ela era superficial. Eu não ficava muito por aqui nos finais de semana, não participava muito das festas da turma. Nunca deixei de vir pra cá mesmo morando fora, mas nossos contatos eram esporádicos e sem muito aprofundamento. Mas, agora que voltei a morar aqui, desde fevereiro, decidi que nos tornaríamos mais íntimas.
Acho que isso só ocorreu mesmo no final de semana que terminou, quando rolou uma identificação entre nós. Pela primeira vez fui ao Macondo, que exemplifica o espírito diversificado da cidade. Fui ao Cesma in Blues, onde apesar do calor e do término da cerveja as 2h, senti que realmente estamos na Cidade Cultura. Caminhei sozinha pelas ruas com um olhar poético diante das coisas e das pessoas. Pela primeira vez, me senti fazendo parte da cidade, acolhida por ela. Ela consegue ser provinciana e ao mesmo tempo manter uma pretensão cosmopolita que lhe dá um belo charme. Santa Maria me conquistou.

*Na foto, a banda Lenha Seca, no palco do Cesma in Bllues (www.cesmainblues.com).

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Mulheres equilibristas


No Programa Saia Justa desta semana acompanhei uma discussão sobre como nós, mulheres, lidamos com os diferentes aspectos da nossa vida. Tema batido, desta vez abordado sob a metáfora do equilibrista, daqueles que ficam segurando diversos pratos utilizando as mãos e o corpo cuidando para que nenhum dos pratos caia. Para nós, cada prato representaria um aspecto da vida - família, trabalhos, filhos, estudos, amores, saúde, e por aí vai. O programa fez uma enquete nas ruas para saber das mulheres qual desses "pratos" é o mais difícil de equilibrar. Para a maioria, o prato que mais balança e que, por isso mesmo, é o mais importante, é, obviamente, o dos filhos. Eu concordo em partes. Claro que ser uma boa mãe é minha tarefa número um. Largaria qualquer coisa por minha filha, o que não vale para o resto. Tenho que dizer que minha carreira é muito importante (minha família, nem se fala). Mas, tudo se torna relativo diante do que representa um filho. No entanto, não acho que seja tão complicado assim exercer essa função. Não me vejo como uma equilibrista sendo mãe. Acho é que porque pra mim é algo quase instintivo, que vou aprendendo no dia a dia, errando e aprendendo. Claro que a gente abre mão de algumas coisas, se estressa muitas vezes, se angustia tentando acertar, sente medo de que algo não dê certo, que o filho adoeça, que sofra etc. Mas não é tão árduo assim a ponto de me sentir carregando um prato que a qualquer momento pode cair. Conciliar tudo sim, nos dias de hoje, é uma missão de equilibrista. O problema é que as vezes nós, mulheres, exigimos demais de nós mesmas, e aí a vida se torna um fardo muito pesado. Eu penso cada vez mais que não posso ser perfeita em tudo, embora não queira ser medíocre em nada. Mas o problema é quando além de inteligentes, queremos ser deslumbrantes o tempo todo, atendendo aos padrões que a sociedade nos impõe. Eu não tenho tempo para malhar, por exemplo (embora esteja pensando encontrar uma horinha por dia), mas estou focada em outras questões. Sou mãe e estudante, não tenho disponibilidade para estar na noite todo final de semana. Mas, isso não me frustra. O que quero dizer é que as mulheres se sentem estressadas e a ponto de um ataque de nervos quando querem tudo ao mesmo tempo. Viver só para o trabalho quando se tem um filho, ou querer só festa quando se tem uma carreira em jogo são coisas um tanto inconciliáveis. O que dá para fazer é distribuir um pouco as alegrias - dá para fazer bem cada coisa, sem excessos em nenhuma. Assim, acho que os pratos podem se manter suspensos no ar, harmonizados. Um stress, um susto de vez em quando são pequenos ônus dessa jornada que pode ser leve, dependendo de como a encaramos.

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Convites para o google wave

Quem quiser experimentar a nova "onda" do Google, tenho convites.
Os primeiros a mandarem por comentário o email, levam convites...

sábado, 7 de novembro de 2009

O caso Uniban

Pois a tal Uniban expulsou a aluna que precisou sair escoltada da universidade após ser quase linchada pelos estudantes dias atrás. O motivo da expulsão: a loira desrespeitou a "moral e os bons costumes" indo vestida com um vestido muito curto e justo à aula e tendo feito um verdadeiro desfile pelos corredores para chamar atenção. Acabou gerando confusão, foi perseguida, chamada de puta e quase linchada. Não acho admirável a atitude da moça, mas nada justifica a reação dos universitários e muito menos esse desfecho digno de países totalitários. Onde já se viu em um regime dito democrático, e numa instituição que deveria primar pela discussão de padrões ultrapassados, alguém ser expulso ou punido seja lá de que forma for, por usar determinado tipo de roupa? A adequação da vestimenta ou dos modos aos locais deve ser baseada no bom senso, e nunca na coerção. No máximo ela mereceria uma advertência. Expulsos teriam que ser os alunos que provocaram aquela barbárie pelos corredores. Alunos que deveriam saber se portar de modo menos selvagem.

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Um porto muito alegre

Porto Alegre é, até hoje, minha cidade favorita. Digo "até hoje" porque conheço pouco o mundo. Mas, nesta época, a capital gaúcha ganha ares especiais. Está rolando a Feira do Livro e a Bienal, e o período é ótimo para passear pelas ruas da Cidade Baixa. Morei cinco anos em POA, e ainda quero voltar para lá. Adoraria poder ir uma vez ao mês, passar alguns dias, rever lugares e amigos, mas cada vez tenho ido menos, pelas correrias da vida. Ultimamente, quando vou, é por conta de alguma atividade profissional, e pouco tempo sobra para o lazer. Foi o que ocorreu esta semana. Fiquei de terça a quinta na cidade participando do X Seminário Internacional de Comunicação, na PUCRS. Fui cheia de planos na bagagem - iria aproveitar o evento, claro, mas também daria um pulo na Feira, veria alguma coisa da Bienal, jantaria com amigos que moram lá, iria conhecer o filho recém-nascido de uma amiga, etc. Infelizmente, não deu tempo para nada. Fiquei imersa nas palestras e discussões nos Grupos de Trabalho do evento. Foi ótimo, aliás. Mas, voltei mais uma vez com aquela vontade de ficar mais um pouco... Não sei por que, mas nossa capital tem uma aura que me faz muito bem.