Caixas e malas por todos os lados. Paredes em branco. Móveis fora do lugar. Tudo à espera do caminhão da mudança. Assim é o cenário aqui em casa (no momento em que escrevo). Eu, acompanhada da Mel (cachorrinha da minha filha), finalizo os últimos ajustes. Desta vez, diferente das outras nove (sim, é minha décima mudança desde que virei gente), a mudança vai e eu fico. Não aqui nesta casa, que amanhã não será mais o lar que habitei por 2 anos e 3 meses. Vou lá, receber os meus pertences, e volto, para concluir um ciclo. Por mais acostumada que deveria estar com este processo de deixar uma casa ou uma cidade e ir para outra, ainda fico melancólica. Canceriana que sou, apego-me. Fico nostálgica com o que deixo para trás, sempre. Já me conheço o suficiente para saber que mergulharei com tanta intensidade na nova vida que não sobrará tempo para saudades mórbidas. Logo ali a frente lembrarei deste ciclo que agora fecho com ternura, apenas ternura. Eu sei por quanto tempo sonhei, desejei, planejei e me preparei para chegar a este ponto. Conquistar algo tão almejado é motivo para festa. Por que a nostalgia? Porque guardo cada pedacinho do meu passado em um lugar muito especial. Não sei descartar o que já foi. Eu me reciclo para o novo, sem destruição. E, assim estou, vendo esses móveis, livros, aparelhos, cds, etc, ganhando a estrada, indo para o lugar em que uma renovada Luciana surgirá. Uma Luciana transformada pelos anos de espera e de preparação. Quantas vezes quis largar tudo e me aventurar para, através de um atalho, chegar aonde queria?! Quantas vezes me senti frustrada, derrotada, impotente?! Hoje, que a realidade me bate à porta me convidando a desfrutar de uma nova etapa, motivante, de crescimento, o que eu tanto queria abandonar não me parece feio. Nesta fase que durou quase sete anos, aprendi a esperar, e a criar as minhas oportunidades. Foi o tempo, foram os erros, foram as pessoas que cruzaram meu caminho me ensinando a ser paciente. Por isso, foram anos importantes. 2009 inicia com uma aura mágica pra mim. Estarei fazendo o que queria fazer, e muito bem acompanhada. Levo junto a razão de todas as escolhas - Gabriela, que talvez relute contra elas hoje, mas um dia me agradecerá. Levo a saudade de pessoas de verdade que se tornaram meus amigos... Mas vou leve, pois me desprendo cada dia mais do que não me é necessário.
Dará certo? Um dia, talvez, quem sabe... só depende de mim!
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4 comentários:
Boa sorte nessa nova etapa Luciana! Mto sucesso!!! Que pena que o Bernardo vai ficar longe da amiguinha! Hehehe... Td de bom p/vcs!! Beijosss
E ai ja está tudo organizado na casa nova? Tem um presentinho pra ti la no meu blog, basta seguir as regras q estão lá e vc ganha uma caricatura em P & B! Espero q goste! Bjsss
Luciana, que dê tudo certo nesta tua nova etapa de vida! Sejas muito feliz na nova morada, a saudade incomoda no começo mas depois a gente se acostuma (e com o quê a gente não se acostuma?!). No meu caso a adaptação foi demorada, foi para a Capital, ritmo diferente da cidade interiorana. Um cansaço nas primeiras semanas, todo mundo andava apressado, como se fossem o coelho da Alice no País das Maravilhas. Hoje não troco Porto Alegre pelo interior! Só com uma boa vantagem financeira para eu mudar de opinião. Acho que tu irás gostar da cidade onde vai, tem muitas opções lá, muitos lugares para sair. Boa sorte, sucesso e tudo de bom! Beijos.
Obrigada, Dani. Eu já morei em Santa Maria, já morei em Porto Alegre e, confesso, nunca senti problemas de adaptação. Meu local preferido é nossa querida capital, mas ainda não pude retornar. A dificuldade agora será adaptar a Gabi... Pra mim, voltar dez anos depois à cidade onde cursei minha facul, será mais tranqüilo, ainda mais que volto à mesma instituição (a UFSM), agora para o Mestrado.
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