No Programa Saia Justa desta semana acompanhei uma discussão sobre como nós, mulheres, lidamos com os diferentes aspectos da nossa vida. Tema batido, desta vez abordado sob a metáfora do equilibrista, daqueles que ficam segurando diversos pratos utilizando as mãos e o corpo cuidando para que nenhum dos pratos caia. Para nós, cada prato representaria um aspecto da vida - família, trabalhos, filhos, estudos, amores, saúde, e por aí vai. O programa fez uma enquete nas ruas para saber das mulheres qual desses "pratos" é o mais difícil de equilibrar. Para a maioria, o prato que mais balança e que, por isso mesmo, é o mais importante, é, obviamente, o dos filhos. Eu concordo em partes. Claro que ser uma boa mãe é minha tarefa número um. Largaria qualquer coisa por minha filha, o que não vale para o resto. Tenho que dizer que minha carreira é muito importante (minha família, nem se fala). Mas, tudo se torna relativo diante do que representa um filho. No entanto, não acho que seja tão complicado assim exercer essa função. Não me vejo como uma equilibrista sendo mãe. Acho é que porque pra mim é algo quase instintivo, que vou aprendendo no dia a dia, errando e aprendendo. Claro que a gente abre mão de algumas coisas, se estressa muitas vezes, se angustia tentando acertar, sente medo de que algo não dê certo, que o filho adoeça, que sofra etc. Mas não é tão árduo assim a ponto de me sentir carregando um prato que a qualquer momento pode cair. Conciliar tudo sim, nos dias de hoje, é uma missão de equilibrista. O problema é que as vezes nós, mulheres, exigimos demais de nós mesmas, e aí a vida se torna um fardo muito pesado. Eu penso cada vez mais que não posso ser perfeita em tudo, embora não queira ser medíocre em nada. Mas o problema é quando além de inteligentes, queremos ser deslumbrantes o tempo todo, atendendo aos padrões que a sociedade nos impõe. Eu não tenho tempo para malhar, por exemplo (embora esteja pensando encontrar uma horinha por dia), mas estou focada em outras questões. Sou mãe e estudante, não tenho disponibilidade para estar na noite todo final de semana. Mas, isso não me frustra. O que quero dizer é que as mulheres se sentem estressadas e a ponto de um ataque de nervos quando querem tudo ao mesmo tempo. Viver só para o trabalho quando se tem um filho, ou querer só festa quando se tem uma carreira em jogo são coisas um tanto inconciliáveis. O que dá para fazer é distribuir um pouco as alegrias - dá para fazer bem cada coisa, sem excessos em nenhuma. Assim, acho que os pratos podem se manter suspensos no ar, harmonizados. Um stress, um susto de vez em quando são pequenos ônus dessa jornada que pode ser leve, dependendo de como a encaramos.
16 comentários:
Adorei mais uma vez! Tu sabe que sou admiradora do teu blog.
Quanto a Mulheres Equilibristas, creio que todas temos um pouco deste dom, umas mais, outras menos. Porém, cada uma com seus "pratos".
Beijo grande
Arrasou Lu, adorei teu texto. Apesar de não ser mãe, concordo contigo. Acredito que tudo é uma questão de equilíbrio e não de que a atenção para um "prato" deve suprimir a do outro. bjs
belo texto Luciana. Mas me diga: o par ideal para a "mulher equilibrista" é o "homem malabarista"? hehehe
abraço
Valeu, pessoal, pelos comentários.
Ana, cada vez temos mais pratos, não é?
Pati, equilíbrio é tudo mesmo.
Luiz, bela sacada. Confesso que não conheço muitos "malabaristas". Será que os homens são menos multifuncionais do que nós mulheres?
Luciana, isso é o que diz a Ciência (pelo menos a Ciência dos programas da Globo). Mas não acho que seja uma questão de gênero apenas. Certamente tem muito de "cultural" nisso. A sociedade forçou essa multifuncionalidade, primeiramente na mulher. Hoje, apesar de terem largado atrás, os homens estão se adaptando as novas funções paralelas.
... eu acho
É foda. Muita pressão em cima das mulheres. Temos que ser profissionais competentes, mães, administrar a casa e sempre estar linda e maravilhosa para o maridinho. Nos exigem que estejamos com as mãos feitas, magras, maquiadas e lindas para a nossa dupla, tripla jornada. Sociedade machista!!! Eu me revolto...por isso que to com o cabelo quase na cintura e as unhas sempre horríveis. NÃO TENHO TEMPO!! (só para uma cervejinha e não tô nem aí que engorde)
Silvana, deixa de ser hipócrita... Tu bem que se importa com a forma, sim. Ah, e com a saúde também.
Brincadeira, Sil. Mas, realmente, é muita cobrança em cima da gente. Eu também não dou conta de tudo isso, não. Se me quiserem, tem que ser do jeito que sou.
mas falando em blog parado ... http://lucontrariada.blogspot.com/?zx=5cef07dd92248c0f
achei o nome bem legal
Bah, Luiz. Achei que tivesse escondido o blog, pois assim que criei me arrependi. haha
Não consegui deletar e ficou por aí.
Na verdade criei em um dia pensando em ter um espaço mais pessoal, e deixar esse aqui para coisas mais "sérias". Depois, desisti.
Oi, Lu, concordo totalmente com o teu texto. Muito se fala sobre os diversos papéis e jornadas das mulheres. Mas nós, homens, também temos muitos papéis a desempenhar. Não quero comparar, nem de longe. Mas veja o meu exemplo: tento ser um homem malabarista (boa essa do Luiz). É muito complicado estudar, trabalhar, cuidar da minha filha, ter tempo para ficar com a minha mulher no final de semana e ainda ter que lembrar de pagar contas e cuidar da casa. Confesso que não estou nem aí para o meu corpo, não cuido da minha saúde, minha casa está uma zona e vivo esquecendo das contas. Tenho me focado nos meus estudos, deixando meu trabalho meio de lado. Não me arrependo disso, pois sei que estou investindo em algo muito melhor. E sobre cuidar da Ingrid é um grande desafio. Não abro mão também de ficar com ela. Adoro brincar com ela e de ensiná-la. Mas quer saber, não sou muito bom quando o assunto é cobrança. Eu sou bem mais liberal que a mãe dela e, às vezes, sou tão criança quanto ela. Essa também é outra parte boa de ter sido pai cedo.
Bom, vocês dão de 10X0 na gente, mas estamos aprendendo, saindo de uma sociedade machista em que os pais não eram pais de verdade e toda responsabilidade com a criação dos filhos competia à mãe. Os pais cuidavam do sustento e achavam que faziam demais. Hoje, isso tem mudado...pelo menos na minha casa!
Abç
Maurício, é verdade... Sou testemunha de teu malabarismo diário. Assim, nós não nos sentimos tão sozinhas na batalha, sabendo que existem homens como tu e o Luiz, e certamente muitos outros que não conhecemos. A Adriana é batalhadora e, juntos, vocês formam um casal guerreiro. Quando trabalhei na rádio CBN, em Porto Alegre, conheci um operador de áudio que era um verdadeiro herói também. Ficou viúvo cedo e cuidava sozinho dos filhos e da casa, além de trabalhar. Acredito que as grandes culpadas pelo comodismo de muitos homens são as mães, que não souberam criá-los, dando tudo na mão. Depois, eles passaram a explorar as esposas. O bom mesmo é a parceria.
É verdade. Algumas mães não deixam seus filhos fazerem nada em casa, mas tenho notado que isso está acontecendo e muito com algumas filhas. Têm mulheres que nunca fizeram um bolo, não sabem usar a máquina de lavar e conheci uma, na época da FACOS, que nunca tinha feito uma gelatina! (pô, não sabe ler a caixinha!)Sim, os pais têm culpa nesse processo. Por isso, estamos vendo não só pais despreparados, mas um grande grupo de mães sem o menor jeito para cuidar de filhos e da casa. Não é questão de machismo ou não. Todos deveriam aprender o mínimo sobre preparo de alimentos, cuidado com roupa, limpeza e organização da casa e, porque não, cuidados com crianças.
Concordo com vc, Maurício. óbvio que há homens que são um exemplo mesmo. Vc, meu pai... Meu pai, vc...vc, meu pai. Hahahaha
brincadeira.
Tens razão, Maurício. Todos deveriam saber essas coisas de dona de casa. Eu, por exemplo, mal sei cozinhar, não sei costurar, mas sei fazer gelatina e tb sei usar a máquina de lavar. Não vou ter nada pra ensinar para os meus filhos; se eu os tiver ainda, hahaha.
É foda...
Po, Silvana, vai viver à gelatina?
Só tu mesmo!
Eu não sou a criatura mais prendada, mas me viro, até porque tenho uma boca pra sustentar aqui em casa, além da minha. haha
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